O jornal Folha de S.Paulo publica em sua edição desta quarta-feira (26) artigo assinado por três ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do ministro Dias Toffoli.
Sepúlveda Pertence, Eros Graus e Nelson Jobim assinam o texto denominado “Delação como arma de calúnia”.
Para os ex-magistrados “As colaborações premiadas voltaram à arena pública recentemente. Infelizmente, de forma infame, com acusações do ex-governador Sérgio Cabral contra o ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Acusações endossadas por delegado da Polícia Federal e vazadas para virar manchete.”
Assim, o trio de articulistas não poupa a imprensa:
“No caso da imprensa, quando os supostos operadores do esquema sequer são ouvidos antes da publicação, ocorre, na prática, mais uma tentativa de assassinato de reputação. Por justiça, cabe a ressalva de que a ampla maioria da mídia não deu crédito às alegações. Fez o básico: antes de publicar, analisou os elementos vazados e ouviu as pessoas citadas, que desmentiram categoricamente o delator. Mas basta um veículo, a fagulha. Os inimigos da corte e as redes sociais fazem o resto.”
Curioso é que foi justamente a Folha de S.Paulo que revelou os fatos e deu o ‘furo’.
A intenção do texto, além de desacreditar o delator – “O ponto central aqui não é a falta de credibilidade do delator, condenado a mais de 300 anos de prisão.” – é detonar o delegado que conduziu o inquérito.
“Quando um delegado, agente do Estado, a partir da palavra de um delator, investiga um ministro do STF sem autorização e conhecimento da corte e pede abertura de inquérito sem apresentar mínimas provas a corroborar as declarações, há uma sequência de atos ilegais. O ônus da prova ainda cabe a quem acusa.”
E, claramente, a terceira intenção dos articulistas, é demonstrar que todo o apoio ao ministro Dias Toffoli, é também a defesa do STF como instituição:
“O STF, por seu papel contramajoritário e pela firme defesa da Constituição e da democracia, tornou-se alvo de manobras de desprestígio que vão além das críticas a seu exercício jurisdicional. Trata-se de verdadeira campanha de deslegitimação e desmoralização da corte e seus membros, a qual serve a propósitos escusos.”
E arrematam:
“É preciso separar o joio do trigo e não alimentar suspeitas infundadas contra as instituições e seus integrantes. Isso vale para os órgãos de investigação e para a imprensa. Divulgar palavras de delatores sem o mínimo de lastro probatório e a necessária checagem, em nome do ‘furo’ jornalístico e do espetáculo, é contribuir com a subsistência desse fenômeno nefasto que assombra o Brasil e outras nações do mundo. O antídoto para isso está na ação zelosa dentro das balizas bem demarcadas no texto constitucional.”
Cabe ao leitor tirar suas próprias conclusões.
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