Saque no comércio, débito automático e mais: o que você poderá fazer com o Pix até 2022

Apesar de cortes orçamentários promovidos pelo governo federal para 2021, representantes do Banco Central garantem que não haverá qualquer impacto para a operação do Pix (o sistema de pagamentos instantâneos do BC) ou para a agenda de evolução do sistema, divulgada ainda em janeiro. A ferramenta, que começou a operar em novembro de 2020, passará por uma série de ampliações com o objetivo de conferir mais capilaridade ao Pix e incentivar a eletronização dos meios de pagamento no país.

Segundo o chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Ângelo Duarte, alguns projetos já traçados devem se estender até 2022, mas “cortes orçamentários não têm impacto nessa agenda”.

“O Pix é considerado como prioridade absoluta. Todos os produtos e toda a sua manutenção, sua operação estão absolutamente garantidos”, completou Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto do departamento do BC.

As afirmações foram feitas em entrevista coletiva online realizada no dia 10 para detalhar a abertura de consulta pública sobre duas novas funcionalidades, o Pix Troco e o Pix Saque, que devem operar a partir de agosto.

De acordo com Duarte, as novidades que vão permitir saques em dinheiro vivo no comércio são grandes pontos da agenda para 2021, mas o segundo semestre trará mais itens “importantes e [que] vão aumentar o leque de casos de uso do Pix nas transações de pessoa a empresa (P2B) e também de transações com pessoas que não estão conectadas à internet a todo momento”, adiantou.

O que o Pix reserva para 2021

Entre as principais novidades que devem chegar ao dia a dia do brasileiro ainda neste ano estão o Pix por aproximação, com o objetivo de facilitar pagamentos simples, que não exigem autenticações, e a dinâmica de pagamentos offline.

Pela configuração atual, o Pix exige que as duas pontas da transação estejam conectadas. Com a criação do QR Code offline, a ideia é alcançar também casos nos quais pagador ou recebedor estejam desconectados – ou mesmo situações de dupla desconexão.

Conforme o BC, essa possibilidade de pagamento já está em fase de desenvolvimento no âmbito do Fórum Pix e deve ser entregue até o fim do ano. Tem potencial para dar gás especial à utilização do sistema, já que poderá inserir na jogada usuários que hoje enfrentam limitações em decorrência de dificuldades de conexão, áreas de cobertura restritas ou problemáticas e pacotes de dados limitados.

Trabalhado na agenda evolutiva de 2021, mas com entrega definida apenas para o segundo semestre de 2022, estão ainda o chamado Pix Garantido e o débito automático no Pix. O primeiro deve fazer as vezes de pagamentos por cartão de crédito ou pré-datado; o segundo permitirá o agendamento de remessas recorrentes, a exemplo do que já pode ser praticado junto aos bancos.

Além desses itens, há outros que já entraram em funcionamento após a liberação dos pagamentos e transferências instantâneos, como a possibilidade de integração do Pix à agenda telefônica dos smartphones dos usuários e o mecanismo especial de devolução – ponto de segurança adicional dentro do ecossistema do Pix que permite estornos em casos de falha operacional ou comprovações de fraude.

Pix Saque e Pix Troco

Dados do BC apontam que entre novembro passado e abril de 2021, o Pix acumulou mais de 500 milhões de transações, com adoção considerada rápida e crescente, especialmente entre pessoas físicas.

Com as novas possibilidades de utilização da plataforma instantânea previstas para os próximos meses, a perspectiva é de que também as empresas, e principalmente o varejo, façam essa adesão avançar mais. Conforme os objetivos do Banco Central, os novos produtos prometem não só facilitar o acesso a pontos de retiradas de dinheiro, mas devem trazer benefícios para os estabelecimentos que ofereçam a modalidade, aumentando o fluxo de clientes e o seu potencial de vendas.

Como ainda passam por consulta pública, que segue até o mês de junho, o Pix Saque e o Pix Troco ainda podem passar por mudanças nas regras. A proposta de funcionamento apresentada pelo Banco Central prevê a realização de saques feitos no comércio por meio de pagamentos que, em vez de custearem produtos ou serviços, colocam dinheiro vivo na mão do cliente. O Pix Troco, por sua vez, permite que o pagamento via Pix seja feito em valor mais alto que a compra para o saque da diferença.

Confira a matéria na Gazeta do Povo

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