Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram os cargos na terça-feira (30)
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, deve se reunir com militares cotados para comandar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica nesta quarta-feira (31). A informação é do jornal O Globo.
Os comandantes das três Forças Armadas, Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica), deixaram os cargos nesta terça-feira (30).
A decisão coletiva se deu após o presidente Jair Bolsonaro demitir Fernando Azevedo e Silva do ministério da Defesa, na segunda-feira (29). O anúncio foi feito após reunião entre os três comandantes, Azevedo e seu substituto, Walter Braga Netto.
O general Décio Schons é o favorito para o comando do exército. Ele tem 48 anos, é chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército e já está em Brasília para a reunião com Braga Netto.
Schons deve ser transformado em general da reserva, mas pode assumir o posto na ativa, por ser indicação do presidente.
Para a Marinha, o nome favorito é o do almirante Almir Garnier, atual Secretário-Geral do Ministério da Defesa. No comando da Aeronáutica, são cotados três tenentes-brigadeiros, Jeferson Domingues de Freitas, Carlos de Almeida Baptista Junior e Marcelo Kanitz Damasceno.
A tradição entre os militares é que o comando seja ocupado por membros mais antigos. A escolha de Schons para o Exérico quebraria essa regra de “hierarquia”.
CRISE
A demissão de Fernando Azevedo e a troca do comando das forças armadas são consideradas parte de uma crise militar. Em sua carta de demissão, o ex-ministro disse que buscou preservar as Forças Armadas como instrumentos de estado, não como força de apoio ao governo.
Ainda nesta terça-feira, a Câmera dos Deputados rejeitou uma tentativa de aliados do presidente de aumentar os poderes de Bolsonaro. A ideia do líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo, era colocar em votação no plenário um projeto de lei que daria ao chefe do Executivo nacional a possibilidade de acionar um dispositivo chamado “mobilização nacional”.
Na prática, o mecanismo permitiria ao presidente interferir na produção, comercialização e distribuição nacional de bens e serviços, além de convocar civis e militares para ações determinadas pelo Governo Federal. Atualmente, a medida só é permitida em caso de agressão estrangeira.
Confira a matéria no Diário do Nordeste
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