Unidos pela Vacina levanta dados dos 5.570 municípios para agilizar imunização

A nurse fills a syringe with the AstraZeneca Covid-19 vaccine during a mass vaccination campaign for people between ages of 50 to 55 in Vigo, northwestern Spain, on March 13, 2021. (Photo by MIGUEL RIOPA / AFP)

 o movimento Unidos Pela Vacina, encabeçado por Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, botou para rodar uma pesquisa direcionada aos 5.570 municípios do país. O levantamento é a principal ferramenta do grupo de olho em atingir a meta de 100% de brasileiros vacinados até setembro e, assim, pavimentar o caminho para uma retomada da economia após a pandemia do novo coronavírus.

Segundo Eduardo Sirotsky Melzer, CEO da EB Capital e líder do subgrupo de Comunicação no movimento Unidos Pela Vacina, metade das prefeituras já responderam a pesquisa e espera-se que os outros 50% repassem dados dentro de duas semanas. As informações resultarão em uma radiografia detalhada das necessidades, formando um panorama mais claro dos problemas a serem atacados para cumprir a ousada e complexa tarefa — conforme classificado pelo próprio executivo.

“A situação do Brasil, embora seja problemática em geral, não é homogênea”, destaca Melzer, ao exemplificar que as dificuldades vivenciadas pelo Paraná não são as mesmas de São Paulo ou do Norte, do Nordeste. Na avaliação do executivo, só essa pesquisa dará ao grupo condições de entender as necessidades de cada região e ajudar o país a se vacinar. “O que a gente não pode fazer é desperdiçar recursos e energia. Não tem como agir sem conhecimento da situação”, pondera.

Vacina para todos, em todo lugar

Enquanto a pesquisa não é encerrada, o movimento estabeleceu lideranças em cada um dos estados e no Distrito Federal e iniciou diálogos com as administrações (inclusive na esfera federal). De acordo com Melzer, o ambiente tem sido positivo e colaborativo junto a governos e ao Ministério da Saúde graças às ações iniciais de esclarecimento sobre o que faz e especialmente o que não faz o Unidos Pela Vacina.

“Nós deixamos claro desde o início que o nosso grupo não compra vacina, porque não há escassez de recurso para o governo federal adquirir vacina. Os recursos que eventualmente são escassos são aqueles que dizem respeito à eficiência e execução do processo de vacinação e da campanha de imunização. É o processo logístico, é o processo de distribuição, é o processo da averiguação da disponibilidade de insumos — tem seringa, tem agulha?”, resume.

Ainda assim, não circula dinheiro diretamente. A partir da identificação dos “gargalos” que dificultam a vacinação (seja na ponta, seja na aquisição, ou qualquer lugar entre elas), o movimento deve atuar de forma regionalizada, se valendo dos conhecimentos e da capacidade de articulação dos líderes locais, com doações ou atuação voluntária. O mesmo vale para áreas específicas.

Dentro do movimento foram formados subgrupos focados, por exemplo, em logística e insumos. Dentre os participantes, há companhias aéreas que se comprometeram a fazer o transporte de vacinas e uma empresa de tecnologia cedeu equipamentos para garantir o processamento dos dados do programa em nível nacional. “Eu diria que se a gente tivesse um país menor, talvez a situação seria única. Dadas as dimensões do Brasil e dada a característica de diferença de uma região para outra, isso se reflete muito bem nas necessidades da [aplicação da] vacina”, conclui.

Outra demanda importante que vem sendo atacada pelo Unidos Pela Vacina após a interlocução com governos locais é a busca por conscientizar públicos específicos quanto à importância da imunização em massa e a desmistificação de supostos efeitos (não cientificamente comprovados) e que vão contra a vacina.

“Há uma identificação de que algumas comunidades menos favorecidas ainda tem um certo preconceito com relação à vacina. Então, a comunicação pode ter uma linguagem específica para elas tal forma que entendam a relevância e a importância da vacinação”.

Há ainda campanha de comunicação direcionada especificamente aos jovens, que relaxaram o isolamento e tem sido mais amplamente afetados na segunda onda no país.

Confira a matéria na Gazeta do Povo

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