A influente irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, Kim Yo-jong, criticou os exercícios militares em andamento na Coreia do Sul e alertou o novo governo dos Estados Unidos sobre “não causar cheiro de pólvora” se quiser a paz, segundo o noticiário estatal. A informação foi divulgada pela agência sul-coreana de notícias Yonhap.
“Uma palavra de conselho para o novo governo dos Estados Unidos que está tentando espalhar o cheiro de pólvora em nossas terras através do oceano. Se quiserem dormir em paz nos próximos quatro anos, é melhor não causar um mau cheiro em seu primeiro passo”.
A declaração foi dada um dia antes da chegada do principal diplomata e chefe da Defesa dos EUA a Seul para suas primeiras conversas com seus colega sul-coreanos. Os EUA e a Coreia do Sul iniciaram exercícios militares conjuntos na semana passada.
A imprensa oficial norte-coreana publicou um comunicado de Kim Yo-jong com um “conselho à nova administração dos EUA”. “Se quiserem dormir bem nos próximos quatro anos, seria melhor que não façam nada que lhes faça perder o sono”, segundo a agência, citando o comunicado.
A Coreia do Norte até agora rejeitou os pedidos dos EUA para dialogar, segundo afirmou a Casa Branca nesta segunda-feira. As relações entre os dois países sofreram um resfriamento que começou sob o então presidente Donald Trump e se estendeu até a presidência de Joe Biden.
O líder Kim Jong-un teve três reuniões de cúpula de alto nível com Trump e trocou uma série de cartas com ele, mas o fechado país com armas nucleares encerrou as negociações e disse que não se envolveria mais, a menos que os EUA “abandonassem suas políticas hostis”.
Jogos de guerra
As tropas sul-coreanas e americanas começaram uma simulação militar conjunta de primavera (no hemisfério norte), que foi limitada a simulações de computador por causa do risco de coronavírus, ao mesmo tempo em que Washington busca uma maneira de se envolver em negociações com Pyongyang.
“Os treinos de guerra e a hostilidade nunca combinam com o diálogo e a cooperação”, disse Kim Yo-jong, que se tornou uma crítica de Seul na mídia estatal.
Ela zombou da Coreia do Sul por “recorrer a jogos de guerra encolhidos, agora que se encontram no atoleiro da crise política econômica e epidêmica”.
O envolvimento entre as duas Coreias melhorou em 2018, mas, segundo ela, isso “não ocorrerá facilmente de novo”. “A Coreia do Norte estará atenta para ver se haverá mais provocações”, disse.
A Coreia do Norte analisa a saída de um acordo militar entre as Coreias que visa reduzir as tensões ao longo de sua fronteira comum e se dissolve várias organizações que visam a cooperação com o Sul, disse ela.
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