O Brasil criou 260.353 empregos com carteira assinada em janeiro de 2021, resultado da diferença entre 1.527.083 admissões e 1.266.730 desligamentos. Foi o melhor resultado para janeiro de toda a série histórica, que teve início em 1992. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta terça-feira (16) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Todos os cinco setores da economia analisados pelo Caged apresentaram saldo positivo em janeiro. A indústria foi o grande destaque, com a geração de 90.431 novos postos de trabalho formais. O setor de serviços teve o segundo melhor saldo, com abertura de 83.686 vagas. Já o terceiro maior crescimento ocorreu no setor da construção, com saldo de 43.498. No comércio, foram criados 9.848 postos de trabalho.
As cinco cinco regiões do país também criaram empregos formais em janeiro de 2021. O Sudeste, com 105.747 vagas geradas, teve o melhor resultado. Já a região Norte foi a que gerou menos empregos, mas ainda assim teve resultado positivo, criando 6.937 vagas formais. O Sul teve a criação de 83.587 postos de trabalho, o Centro-Oeste de 35.741 e o Nordeste de 28.420.
Dos 27 estados, incluindo o Distrito Federal, 24 tiveram resultado positivo do Caged em janeiro. Apenas os estados da Alagoas (-198 postos), Paraíba (-174) e Rio de Janeiro (-44) começaram o ano fechando postos de trabalho.
“O Brasil está gerando empregos e evitando demissões. Estamos conseguindo fazer com que a economia continue viva e pulsando especialmente no que toca ao mercado de trabalho”, afirmou o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco Leal, em coletiva de imprensa.
Máquina de empregos formais está gerando resultados, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os resultados de 2020, ano em que mesmo em meio à pandemia foram criadas 143 mil vagas formais, e o de janeiro de 2021 são uma prova de que a “máquina de geração de empregos formais está gerando os resultados”.
Em rápida fala durante a coletiva, o ministro afirmou que o Programa de Manutenção do Emprego (BEm) foi fundamental para garantir a proteção ao mercado formal de trabalho no ano passado. Por isso, ele será reeditado neste ano, em meio ao aumento dos casos de Covid-19, na forma de um “seguro-emprego”. Os detalhes ainda serão anunciados pelo governo.
Já para os trabalhadores informais, responsáveis pela alta do índice de desemprego medido pelo IBGE, na visão do ministro, a solução é vacinação em massa, afirmou. “São 38 milhões de invisíveis que ganham a vida nas ruas, no dia a dia, e estão sem condição de trabalho sem as vacinas”, analisou Guedes. “Vamos vacinar em massa para garantir o retorno seguro ao trabalho”, completou.
Dados foram divulgados após atraso
O governo atrasou a divulgação dos dados de janeiro, que estava prevista para acontecer no dia 9 deste mês. Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, o atraso aconteceu por causa da necessidade de atualização da base de referência utilizada para cálculo do estoque de trabalhadores formais.
“Este procedimento é realizado a partir do cruzamento de outras bases de dados, como a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e a base cadastral da Receita Federal. Neste ano, foi necessário tempo maior de processamento, na medida em que os sistemas foram adaptados para recepção, também, dos dados do e-Social”, explicou a secretaria em nota.
Os dados Caged são coletados pelo governo, a partir de informações prestadas pelas empresas via o programa e-Social e cruzamento com demais bases de dados. Por isso, consideram apenas os empregos com carteira assinada. As estatísticas de desemprego divulgadas pelo IBGE englobam os trabalhadores informais e formais da economia.
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