Parabenizo o ilustre e sábio desembargador João Pedro Gebran Neto pela assertividade do oportuno pronunciamento que fez em defesa da operação Lava Jato.
Não sou advogado, mas tenho noções básicas de direito que aprendi na faculdade e ao longo da vida profissional. Como todos sabem, justiça se faz com observância dos requisitos constitucionais e legais, ora bem lembrados pelo sensato relator da mencionada operação, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Sem dúvida, é necessário um olhar atento e sem ideia preconcebida na avaliação das provas constantes dos autos. É igualmente necessário ouvir de forma republicana todas as pessoas que o procuram no seu ambiente de trabalho ou que sejam convocadas a prestar esclarecimentos acerca dos casos sob sua relatoria, incluindo, evidentemente, aquelas responsáveis pelas funções investigativas e acusatórias, a fim de formar juízo de valor e proferir fundamentada decisão que reflita equilíbrio e rigoroso senso de justiça.
Como cidadão comum, atento a movimentos de determinados políticos, que desejam a volta do passado não muito distante, no qual a corrupção sistêmica era a tônica até então reinante no país, não posso deixar de me congratular com a conduta de Gebran e demais agentes púbicos que atuaram ou ainda atuam na mencionada operação. Concordo integralmente com ponto de vista dele. O valioso patrimônio ético e moral da Lava-Jato não pode e não deve ser jogado na lata do lixo, porque isso também é crime. A luta continua, reivindicamos das autoridades competentes a volta do entendimento de que é cabível e necessária a prisão de condenados em segunda instância por crimes de colarinho branco. É também inadiável a extinção ou drástica redução do alcance do maldito foro privilegiado e outros inaceitáveis privilégios que só contribuem para aumentar a impunidade de seus idealizadores.
Por fim, aproveito o espaço para enfatizar, mais uma vez, que discordo totalmente das afirmações do ex-presidente Lula, feitas em recente discurso no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, de que foi vítima da maior mentira jurídica. E que foi inocentando dos crimes que nunca praticou. Quantas inverdades, Lula! Mentira é tudo aquilo que você sempre disse ao longo da vida e nos depoimentos prestados, de forma arrogante e desrespeitosa, nos diversos processos que responde pelos graves delitos praticados contra o Erário, a partir do Mensalão, Petrolão e outros. Justiça, sim! Impunidade, não. Nosso foco é o Brasil. Brasília, 15/3/21.
Por: José Leite Coutinho.
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