CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

José Leite Coutinho

Parabenizo o ilustre e sábio desembargador João Pedro Gebran Neto pela assertividade do oportuno pronunciamento que fez em defesa da operação Lava Jato.

Não sou advogado, mas tenho noções básicas de direito que aprendi na faculdade e ao longo da vida profissional.  Como todos sabem,  justiça se faz com observância dos requisitos constitucionais e legais, ora bem lembrados pelo sensato relator da mencionada operação, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.  Sem dúvida, é necessário  um olhar atento e sem  ideia preconcebida na avaliação das  provas constantes dos autos. É igualmente  necessário  ouvir de forma republicana todas as pessoas que o procuram no seu ambiente de trabalho ou  que sejam convocadas a prestar esclarecimentos acerca dos casos sob sua relatoria, incluindo, evidentemente,  aquelas responsáveis pelas funções investigativas e acusatórias,  a fim de formar juízo de valor e proferir  fundamentada decisão que reflita equilíbrio e rigoroso senso de justiça.

Como cidadão comum,  atento a movimentos  de determinados políticos,   que desejam a volta do passado não muito distante, no qual   a corrupção sistêmica era a tônica até então reinante no país, não posso deixar de me congratular com a conduta  de Gebran  e demais agentes púbicos que atuaram ou ainda atuam na mencionada operação. Concordo integralmente com  ponto de vista dele.  O valioso patrimônio ético e moral da  Lava-Jato não pode e não deve ser jogado na lata do lixo, porque isso também é crime. A luta continua, reivindicamos das autoridades competentes a  volta do entendimento de que é cabível e necessária a prisão de condenados em segunda instância por crimes de colarinho branco. É também inadiável a extinção ou drástica redução do alcance do maldito foro privilegiado e outros inaceitáveis  privilégios que só contribuem para aumentar a impunidade de seus idealizadores.                                                  

Por fim, aproveito o espaço  para enfatizar, mais uma vez,  que  discordo totalmente  das afirmações  do ex-presidente Lula, feitas em recente discurso   no  Sindicato dos  Metalúrgicos de São Paulo, de que foi  vítima  da maior mentira jurídica. E que foi inocentando dos crimes que nunca praticou. Quantas  inverdades, Lula!   Mentira é tudo aquilo  que você sempre disse ao longo da vida e  nos  depoimentos prestados, de forma arrogante e desrespeitosa, nos diversos processos que responde pelos graves delitos praticados contra o Erário, a partir do Mensalão, Petrolão e outros.  Justiça, sim!  Impunidade, não. Nosso foco é o Brasil. Brasília, 15/3/21.

Por: José Leite Coutinho.

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