Falsas denúncias de crimes sexuais prejudicam as verdadeiras vítimas

Falsas denúncias de abuso sexual são uma demanda gigantesca no Judiciário. Tomam meses, até anos de trabalho de promotores, investigadores, psicólogos, advogados e juízes, atrasando o andamento de processos contra abusadores reais e prejudicando as verdadeiras vítimas. Além de ter que esperar mais tempo por justiça, muitas seguem à mercê dos abusadores, enquanto eles não são julgados e condenados.

Isso sem falar nas incontáveis vítimas reais que desistem de denunciar por medo de represálias por parte do abusador, já que conhecem a demora da Justiça em punir. E sem mencionar também as suspeitas que pairam sobre a veracidade de toda e qualquer denúncia a cada nova notícia de acusação falsa contra um inocente.

A prática cada vez mais comum de denunciar estupros e abusos de menores que não ocorreram vira do avesso, ainda, a vida dos inocentes falsamente acusados, quase sempre homens. Na maioria das vezes eles são acusados por ex-companheiras que não aceitam o fim do relacionamento e desejam afastar o pai dos filhos ou lucrar financeiramente num possível acordo judicial.

Na noite desta segunda-feira (1) conversei ao vivo pelo Instagram da Gazeta do Povo com o psicólogo forense Rodrigo Soares Santos, que tem mestrado em avaliação psicológica e 22 anos de experiência clínica e forense. Trago agora o vídeo para esta coluna para que mais leitores possam receber as informações valiosas que ele revelou nessa entrevista.

Falsas denúncias de crimes sexuais

O psicólogo forense Rodrigo Soares Santos conta que a prática das falsas denúncias de crimes sexuais cresceu a tal ponto que nos últimos anos ele vem se dedicando quase que exclusivamente a fazer análises psicológicas para defender pessoas inocentes acusadas de cometer crimes de abuso sexual.

Essas denunciações caluniosas vão muito além de casos famosos, como o que envolveu uma modelo e o jogador Neymar e o inventado “estupro culposo” do empresário acusado por Mariana Ferrer.

O site Intercept, aliás, que criou o termo dando a entender que houve um complô judicial machista para que o acusado fosse inocentado, foi obrigado judicialmente a se retratar e a corrigir a reportagem. Precisou esclarecer que havia editado o vídeo da audiência e que o acusado de estupro foi inocentado por falta de provas de ato violento e não porque o juiz entendeu que a relação sexual foi “sem intenção”.

Isso depois de ter arruinado a vida de duas famílias inteiras: a do o juiz e do promotor do caso, que agora processam por danos morais a jornalista responsável pela matéria e os veículos que divulgaram o falso caso de “estupro culposo”, embora a difamação nas redes sociais seja praticamente irreversível.

Perícias fraudulentas e acusadores dolosos

Na entrevista à Gazeta do Povo o psicólogo forense Rodrigo Soares Santos revela uma rede de profissionais de Curitiba, da própria psicologia, que se especializaram em emitir laudos periciais também falsos para sustentar denunciações caluniosas contra pais e, assim, afastá-los do convívio com os filhos sob acusação de abusar sexualmente deles.

A psicologia forense entra na contrapartida a essas acusações, tentando descobrir o fio da meada que leva à verdade dos fatos e afastando a possibilidade da alienação parental.

“Existe a falsa denúncia culposa e a falsa denúncia dolosa. A falsa denúncia culposa é quando a pessoa [que denuncia] não tem a intenção de prejudicar uma outra pessoa. Ela tem dúvidas e realmente acredita que aquela criança foi molestada. E tem a denúncia que é falsa dolosamente.”

Rodrigo Soares Santos, psicólogo forense

Segundo o psicólogo a denúncia falsa dolosa ocorre quando a pessoa sabe que nada aconteceu e sabe, também, que não há nada que possa sustentar a tese da acusação. Mesmo assim mantém a denúncia. Isso geralmente ocorre na disputa de guarda, na revisão de alimentos e na disputa de bens, muitas vezes como vingança.

Confira a matéria na Gazeta do Povo


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