O governador João Agripino Doria decretou lockdown das 23h às 5h em todo estado em razão do aumento das internações por Covid-19. As medidas valem da próxima sexta-feira (26) até 14 de março. A medida foi anunciada em coletiva no Palácio do Candeirantes, no Morumbi (zona oeste de SP), na tarde desta quarta (24).
Agripino ganhou gosto pelo autoritarismo, talvez por excesso de proximidade ao regime chinês. Seu secretário já admitiu que alongar as horas de funcionamento dos estabelecimentos pode reduzir contaminação, pois dilui a frequência. Mas não importa. Agripino não quer saber de lógica, de ciência, apesar de seus discursos. Ele quer o povo trancado em casa!
Vai ver o vírus não atua em horário comercial, quando os metrôs e ônibus estão lotados. Não há qualquer comprovação científica da eficácia dessas restrições, mas o governador não se importa. Assim como o prefeito Kalil, Doria quer mostrar poder, vem agindo como uma espécie de Napoleão dos trópicos, sempre em nome da ciência e da vida, claro.
Pergunta: os pancadões vão continuar? O governador vai impedir o trânsito na Cracolândia também? Os bailes funks serão interrompidos? O governador vai se mandar para Miami novamente? O seu colega prefeito tucano vai ao Maracanã? Artistas globais que aplaudem essas medidas vão para o Caribe? YouTubers vão jogar uma pelada com os amigos? É muita hipocrisia e insensibilidade mesmo!
Nos Estados Unidos o governador mais parecido é Andrew Cuomo, de Nova York, não por acaso adorado pela mídia esquerdista e também responsável por um dos piores resultados na pandemia. Uma ex-funcionária chegou a acusa-lo de ter mascarado dados sobre óbitos em asilos. O Dr. Fauci, uma espécie de Mandetta americano, já teceu elogios ao governador. Para essa turma, resultados nunca importam, só narrativa.
Quando foi que o “achatar a curva” virou o “fique em casa até aceitar o comunismo”?! Viver tem riscos. Viver em liberdade tem custos. Qual a probabilidade de alguém saudável e jovem morrer de covid? E qual a probabilidade de morrer num assalto, ou num acidente? E qual a situação dos hospitais públicos em tempos normais, quanto tempo um pobre leva para ser tratado de outras doenças?
São perguntas incômodas, pois revelariam o grau de absurdo em que chegamos nessa pandemia. Ela em si não é sem precedentes, mas a reação a ela sim. Nunca antes na história do Ocidente vivemos tanta passividade diante de medidas arbitrárias e autoritárias. Chega de lockdown! O pior lockdown que existe é o do espírito, como disse o ministro Ernesto Araújo. Ele está certo.
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