Banquetes de senadores e deputados custam até um “auxílio emergencial”

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600 reais são suficientes para manter uma família durante um mês? 300 reais servem como “auxílio emergencial”? Senadores e deputados acham que são suficientes, pelo menos para pagar os seus banquetes custeados com dinheiro público. É uma espécie de auxílio-alimentação, mas sem limites. O rei da alta cozinha é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do PP e uma das principais lideranças do Centrão no Congresso.

Em 13 de agosto, Nogueira pagou R$ 687 por uma refeição na Churrascaria Rodeio, em Brasília. Mais do que a “ajuda emergencial” do início da pandemia da Covid-19. Só a picanha para duas pessoas saiu por R$ 318. No dia 4 daquele mês, ele já havia pago R$ 694 em almoço no sofisticado Marcelo Petrarca Restaurante. O “prato da boa lembrança” ficou por R$ 250 – exatamente o que o ministro Paulo Guedes propôs para o novo auxílio.

O senador havia oferecido um banquete para sete pessoas na Confraria Chico Mineiro, em 30 de maio, no valor de R$ 415. Mas só cobrou R$ 380 do Senado. Em 21 de setembro, ele foi reembolsado em R$ 407 por um almoço em Araçariguama (SP), no restaurante de “sabor português” Rancho 53. O prato principal foi arroz de bacalhau. No Xhow Alimentos, no Rio de Janeiro, gastou R$ 419.

Mas Nogueira reduziu muito o valor das suas refeições depois que o Senado passou a divulgar a nota fiscal dessas despesas. Ele costumava frequentar o roteiro gastronômico do bairro nobre paulista Cerqueira César, incluindo os restaurantes Nakka e Amadeus. Em Brasília, pagou R$ 2,8 mil por uma refeição no restaurante português A Bela Sintra e R$ 3,2 mil no Dom Francisco. A maior despesa foi feita no Coco Bambu Frutos do Mar, em 2011 – R$ 6,8 mil em valores atualizados.

Os maiores banquetes de senadores

O senador Telmário Mota (PROS-RR) gastou R$ 588 na churrascaria Xurima em Boa Vista, mas não detalhou as despesas. Em março, ele havia gasto R$ 352 na mesma churrascaria, mais uma vez sem detalhar o cardápio. Os senadores podem oferecer banquetes para convidados. E Telmário também teve o seu momento de sofisticação. Serviu a cinco convidados um cupim com gremolata com batata brava e postas de dourado com azeite de coentro, no restaurante do Senado, por R$ 298 – meio “auxílio emergencial.

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) – aquele que escondeu dinheiro na cueca – ofereceu um desses banquetes no restaurante Comidas Regionais, em 2019. Ele acompanhou 14 lideranças indígenas do seu estado em visita ao presidente Jair Bolsonaro, no dia 7 de maio. Após o evento, levou todos para jantar por conta do contribuinte.

Chico foi batido por Elmano Ferrer (PP-PI), atual 2º secretário do Senado. Em 31 de janeiro, torrou R$ 922 em 16 “refeições” no restaurante Maria dos Santos Brito, em Parnaíba. No mês seguinte, gastou R$ 319 no restaurante do Senado num almoço para seis pessoas.

Confira matéria na Gazeta do Povo

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