Muda Senado: derrotar Alcolumbre é a missão

Davi Alcolumbre. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Enfraquecido após dois anos sem conseguir emplacar suas principais pautas, o Muda Senado está mais pragmático agora. O grupo, que reúne cerca de 20 senadores, sabe que terá dificuldades para indicar um nome próprio ao comando do Senado porque propostas como a CPI da Lava Toga não contam com o apoio de nenhuma outra ala da Casa. Um ponto, porém, é consenso: é preciso derrotar o candidato de Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ele é tido como alguém muito próximo ao governo e que não respeitou os partidos nas decisões legislativas.

Aposta. A principal alternativa para derrotar Alcolumbre hoje, defendida por alguns integrantes do grupo, é a senadora Simone Tebet (MS), um dos quatro nomes do MDB na disputa.

Quesitos. Ao contrário de seus correligionários, ela é vista como alguém independente em relação ao governo. Eventual adesão ao seu nome, no entanto, ainda não é consenso no grupo e dependerá de ela conseguir viabilizar seu nome.

Pautas. “O que a gente tem é a convicção de que é preciso garantir a independência do Congresso. Não dá para ter alguém absolutamente atrelado ao Executivo, que deixe passar pautas contra o meio ambiente e essas maluquices de costumes”, disse Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Cada um na sua. Para o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), o Senado precisa ser a favor da governabilidade, mas sem se submeter a imposições do Executivo.

Deu ruim. A derrota de Josiel Alcolumbre, irmão de Davi Alcolumbre, na eleição para a prefeitura de Macapá (AP), deve respingar no presidente do Senado.

Enfraqueceu. Aliados e adversários avaliam que o fracasso nos seus dois principais projetos, o aval do STF para se candidatar à reeleição e a eleição de seu irmão, podem ter impacto nas articulações pela sua sucessão. Ele tem tentado viabilizar o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Pé frio. O presidente Jair Bolsonaro gravou vídeo para pedir votos em Josiel. Na gravação, destacou sua proximidade com Alcolumbre e disse que a mensagem era uma retribuição a ele. Mais uma vez, não deu certo.

Para o ano. A já clássica brincadeira com Paulo Guedes (Economia) foi atualizada neste final de 2020: agora, só no ano que vem.

SINAIS PARTICULARES.
Paulo Guedes, ministro da Economia

Ilustração: Kleber Sales

Time… A dez dias da virada do ano, uma preocupação uniu de Arthur Lira (PP-AL) a Jandira Feghali (PCdoB-RJ), passando por Mário Frias (Cultura): a prorrogação do uso dos recursos da Lei Aldir Blanc.

…não ortodoxo. Frias fez um apelo a Jair Bolsonaro: “Venho conversando com o presidente que a dilação do prazo vai ser um golaço. O tempo ficou curto para a distribuição efetiva dos recursos”, afirmou Frias.

Proposta. Uma MP, que está parada na Economia, adia o prazo de execução do auxílio do dia 31 deste mês para dezembro de 2021.

Help. Segundo o Fórum dos Secretários Estaduais de Cultura, 14 Estados conseguiram pagar até 20% dos recursos, sendo que nenhum ultrapassou individualmente os 60%. Avaliam que o problema foi o atraso na sanção e na regulamentação da lei pelo governo.

CLICK. Bruno Covas, levou o filho, Tomás, para saltar de paraquedas. Nas redes sociais, agradeceu a ele por tê-lo acompanhado ao longo da campanha eleitoral.

Reprodução/ Instagram

Correção. A Coluna errou ao afirmar que existem 46 milhões de doses da Coronavac em São Paulo. Na verdade, há uma previsão de que o Instituto Butantã produza o montante até março do ano que vem.

PRONTO, FALEI! 

Deputada Samia Bomfim. FOTO: CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP): “O caso [de assédio à deputada Isa Penna] não pode passar impune nem cair no esquecimento. O que ela passou é sentido por muitas mulheres, nos espaços de poder ou fora deles. O Conselho de Ética da Alesp precisa puni-lo exemplarmente ainda este ano. E o Brasil precisa avançar em mecanismos de enfrentamento à violência política de gênero.”

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA. 

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