O presidente Jair Bolsonaro falou, na terça-feira (15), que quem quiser tomar a vacina da Pfizer contra Covid-19 precisará assinar um termo de responsabilidade. Isso porque o próprio laboratório, no contrato firmado com o governo, não se responsabiliza por possíveis efeitos colaterais causados pelo imunizante.
Essa isenção de responsabilidade não é uma novidade. Isso já aparece em muitas bulas de medicamentos. Até no cigarro há um aviso: “fumar pode causar câncer”. Tanto que pessoas que ficam doentes em decorrência do fumo e tentam processar as empresas de tabaco acabam perdendo porque existe esse aviso prévio.
Em cirurgias esse protocolo também é seguido. O paciente ou a família assinam uma declaração dizendo que sabem dos riscos da cirurgia e assumem a responsabilidade civil por esses riscos.
Essa vacina é fruto de engenharia genética, nós nunca tomamos antes algo assim. Como então o governo federal, a Anvisa, os estados, os municípios, poderão se responsabilizar por efeitos colaterais?
Cumprimentos a Biden
Jair Bolsonaro aprendeu no Exército a hora certa de se fazer as coisas. Por isso, o presidente ainda não havia parabenizado e reconhecido a vitória do democrata Joe Biden. Quem determina a eleição nos Estados Unidos é o colégio eleitoral e o resultado dessa votação só saiu na última segunda-feira (14).
Na noite desta terça, Bolsonaro enviou mensagem cumprimentando Biden e afirmando ter esperança que os americanos continuem sendo a “terra dos livres e o lar dos corajosos”. Ele repetiu uma frase do hino dos EUA.
O presidente do Brasil afirmou ainda: “Estarei pronto a trabalhar com V. Exa. e dar continuidade à construção de uma aliança Brasil-EUA, na defesa da soberania, da democracia e da liberdade em todo o mundo, assim como na integração econômico-comercial em benefício dos nossos povos”.
Já falei que a relação Brasil-EUA está acima de qualquer presidente porque as boas relações são tradicionais. Biden ganhou a eleição com 306 delegados; Donald Trump conseguiu apenas 232.
Tratamento precoce
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) disse na última quarta-feira (9) que não recomenda o tratamento precoce contra o coronavírus com nenhum medicamento, como cloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulantes, ozônio por via retal e dióxido de cloro porque tem efeitos colaterais e não tem comprovação científica.
A SBI então recomenda, na fase inicial da doença, o uso de analgésicos e antitérmicos caso a pessoa sinta dor ou febre. O Ministério Público Federal de Goiás pediu explicações sobre isso, afirmando que o órgão de infectologia pode ter algum conflito de interesses com farmacêuticas.
Em ofício, o MPF de Goiás pede que sejam apresentados documentos e estudos clínicos que embasem a não recomendação do tratamento precoce. O prazo é de cinco dias.
Alexandre Garcia
Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.
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