Disputa pela presidência dos EUA segue indefinida, com leve vantagem de Trump em estados-chave

Adesivos de “Eu Votei” são distribuídos a eleitores do Colorado, nos EUA.| Foto: AFP

Por mais que cerca de 100 milhões de norte-americanos tenham votado de forma antecipada, tanto presencialmente quanto por correspondência, modalidades de votação que são permitidas no país, outros milhões de eleitores foram às urnas na terça-feira (3) para definir se o republicano Donald Trump continuará na mais poderosa presidência do mundo ou se o democrata Joe Biden deve ocupar o cargo.

A apuração iniciou por volta das 20h, assim que as urnas começaram a fechar nos estados do leste. Por volta das 3h de quarta-feira (4), todos os estados já tinham concluído a votação. Às 7h, apenas oito estados ainda não tinham um vencedor definido: Michigan, Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia, Alaska (estados onde Trump lidera); e Wisconsin, Nevada e Maine (onde Biden lidera). Em Wisconsin, Biden ultrapassou Trump e passou a liderar com uma vantagem de 0,3% na manhã desta quarta-feira, com 95% das urnas apuradas no estado.

Considerando as projeções de votos do colégio eleitoral realizadas em 41 estados americanos até às 7h desta quarta-feira (4), o candidato democrata Joe Biden estava um pouco a frente do republicano Donald Trump. Biden, segundo a imprensa americana, venceu em 18 estados, especialmente no nordeste e na costa oeste, e somava 238 votos no colégio eleitoral.

Contudo, quem tem mais motivos para estar otimista no momento é o presidente Trump. O republicano aparece com 213 votos projetados no colégio eleitoral, mas já conquistou Flórida, Ohio e está abrindo vantagem em estados decisivos desta eleição: Michigan, Pensilvânia e Geórgia. Biden espera reverter esses números assim que mais votos por correio forem contabilizados, especialmente na Pensilvânia, onde Trump aparece com 12,7 pontos de vantagem, segundo a Associated Press. Analistas apontam que a tendência é de que eleitores democratas tenham optado em votar pelo correio em maior proporção do que os eleitores republicanos.

Confira a apuração em tempo real

Na Flórida, estado que fornece 29 votos no Colégio Eleitoral e já teve 96% das urnas apuradas, o vencedor é Donald Trump, assim como ocorreu em 2016. Para ser considerado vencedor, o candidato deve conquistar 270 votos ou mais no Colégio Eleitoral.

Trump também venceu no Texas, estado com segundo maior número de delegados no Colégio Eleitoral (38). Nesta eleição, democratas estavam esperançosos de que conseguiriam vencer no estado – e de fato, a apuração inicial indicava uma vitória de Biden – apostando em uma mudança demográfica na região, com uma presença maior de latinos que poderia favorecer o partido. Mas tudo indica que não será desta vez que a virada vai acontecer. O Texas, desde a década de 1970, não elege um presidente democrata.

No total, as projeções indicam uma vitória republicana em 23 estados. Até o momento são: Texas, Alabama, Arkansas, Idaho, Indiana, Ohio, Kansas, Louisiana, Missouri, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Carolina do Sul, Virgínia Ocidental, Kentucky, Tennessee, Mississipi, Utah, Wyoming e Oklahoma.

As projeções indicam uma vitória democrata nos seguintes estados: Arizona, Califórnia, Colorado, Connecticut, Delaware, Havaí, Maryland, Massachussets, New Hampshire, Nova Jersey, Nova York, Novo México, Oregon, Rhode Island, Vermont, Virginia, Washington e Washington DC.

Resultado pode demorar dias

Mesmo que a apuração já tenha sido iniciada, o resultado definitivo ainda deve demorar um pouco para ser conhecido. Isso devido à grande quantidade de cédulas enviadas pelos correios no pleito deste ano em decorrência da pandemia de Covid-19, que demandam maior tempo de abertura, processamento e contagem em comparação aos votos depositados em urnas presenciais.

De acordo com levantamento do jornal New York Times, apenas oito dos 50 estados norte-americanos esperam ter apurado ao menos 98% dos votos até o meio-dia de 4 de novembro, dia seguinte à eleição. Outras 22 localidades, além do Distrito de Columbia, onde está localizada a capital Washington, vão receber votos enviados pelo correio que cheguem após o dia 3. No Michigan e na Pensilvânia, considerados dois estados-chave nas eleições deste ano, autoridades já disseram que a apuração deve se estender por dias.

Os estados que vão receber votos pelo correio após o dia 3 de novembro são: Alasca, Califórnia, Carolina do Norte, Dakota do Norte, Distrito de Colúmbia, Illinois, Iowa, Kansas, Kentucky, Maryland, Massachusetts, Minnesota, Mississippi, Nevada, Nova Jersey, Nova York, Ohio, Pensilvânia, Texas, Utah, Virgínia, Virgínia Ocidental e Washington.

Uma eventual judicialização do pleito também pode atrasar o resultado definitivo. O próprio presidente Trump já afirmou que o pleito “deve acabar na Suprema Corte”. Esse, inclusive, foi um dos motivos apresentados pelo republicano para nomear tão rapidamente a juíza Amy Coney Barrett ao mais alto tribunal do país, após a morte de Ruth Bader Ginsburg em setembro.

Dia tranquilo

Apesar de o pleito de 2020 ser considerado um dos mais polêmicos da história recente dos EUA, não foram registrados tumultos nos locais de votação, ainda que longas filas tenham sido observadas em locais como Nova York, Las Vegas, Green Bay (Wisconsin) e São Petersburgo (Flórida). Ao mesmo tempo, em Miami, Atlanta (Geórgia) e Louisville (Kentucky) o comparecimento presencial foi relativamente baixo.

Em algumas outras localidades, como em Columbus (Ohio) e Filadélfia (Pensilvânia), houve problemas pontuais com máquinas e sistemas de check-in de eleitores, mas falhas foram resolvidas rapidamente.

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