Peste suína no Piauí acende alerta para criadores cearenses; duas cidades estão sob monitoramento

Entre 2018 e 2019, doença obrigou o sacrifício de 3,5 mil porcos na região Norte. Cidades vizinhas ao Piauí recebem técnicos desde a última sexta-feira (16)

Após o Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) confirmar focos de Peste Suína Clássica (PSC) no município de Parnaíba, no Piauí, a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) iniciou, na última semana, o monitoramento de criadores nas cidades cearenses de Chaval e Granja, vizinhas ao território piauiense. Técnicos estão visitando as propriedades e o trabalho deve ser ampliado para outras localidades.  

 A PSC é causada por um vírus, cuja transmissão ocorre por animais infectados e objetos/fômites contaminados. A doença de notificação obrigatória apresenta sintomas febre, manchas avermelhadas na pele e corrimento ocular, além de como alta mortalidade, principalmente em leitões. A infecção não apresenta risco de saúde para humanos. 

Por meio de nota técnica, o MAPA confirmou o foco no último dia 2 de outubro em Parnaíba, que fica a 75 e 145 quilômetros de Chaval e Granja, respectivamente. Os animais doentes apresentaram sinais clínicos compatíveis com PSC e o diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, por meio de técnicas moleculares (RT-PCR em Tempo Real). 

O diretor de Sanidade Animal da Adagri, Amorim Sobreira, explica que o monitoramento foi iniciado na última sexta-feira (16) com investigação em algumas propriedades que realizam compra e venda de animais, mas, felizmente, nenhum foco foi encontrado até agora. “No final de semana, toda região ficou em alerta. O monitoramento será ampliado desde Chaval até Tianguá”, antecipa.  

O perigo se dá porque o PSC é uma doença de “contaminação muito rápida e mortalidade alta”, classifica Amorim. “Se eu tiver animais que estão doentes, mas não estou notando, o vírus já está aí. Essas medidas sanitárias contra a Covid-19 são bem similares quanto a manter a higiene no local”, orienta. 
 
Por isso, é importante que os criadores, que estão em contato com o animal diariamente, saibam reconhecer quando eles apresentam alguma mudança de comportamento. A partir da detecção, é necessário comunicar a qualquer unidade da Adagri. “Se (o produtor) não o fizer, terá um prejuízo grande e poderá contaminar outros rebanhos e pode ser responsabilidade civil e criminalmente, quando não toma essa responsabilidade”, detalha Amorim.  

Notificação

Em caso de suspeita o produtor deve entrar em contato com a Diretoria de Sanidade Animal na Adagri, que enviará uma equipe de veterinários para avaliar se tem sintomas de PSC. Se for preciso, serão coletadas amostras de sangue e feito uma biópsia. Sendo descartada, a propriedade é liberada. Se for confirmada, é feita a interdição e a vigilância de todas as propriedades vizinhas. “Isso para que a doença não entre no Estado. Ela entrado, faz o bloqueio para não espalhar”, detalha Amorim. 

Telefone: 08002800410; 
Whatsapp (85 98878.798) 
E-mail disan@adagro.ce.gov.br. 
 

Indenização

Uma vez que a doença for diagnosticada oficialmente, todos os animais daquela propriedade serão eutanasiados — quando a vida do animal é interrompida de forma indolor e assistida por um médico veterinário. O produtor que estiver regularizado junto a Adagri será indenizado através de um fundo. O valor fica em torno de R$ 4 a R$ 5 por quilo de peso vivo. 

Entre 2018 e 2019 houve um surto de PSC na região Norte do Estado, tendo sido registrados 49 focos da doença. Todos foram eliminados. Na época, morreram 3,5 mil animais e os criadores foram indenizados. Os municípios mais afetados foram Sobral, Forquilha, Groaíras, Cariré e Coreaú. “Por isso, é importante que todos os criadores de suínos estejam cadastrados para fazer jus a essa indenização”, ressalta o diretor da Adagri.  

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