Havia tempos em que o presidente dos Estados Unidos julgava que o Brasil era o quintal deles. Pois, o candidato democrata à presidência dos EUA, Joe Biden, expressou isso no debate da última quarta-feira (30) à noite.
Biden nos ameaçou com sanções econômicas e falando que vai internacionalizar a Amazônia. Além disso, tentou nos humilhar oferecendo dinheiro para ajudar na preservação da Amazônia. Ele está achando que isso aqui é um quintal.
Eu lembro que a esquerda brasileira, no tempo em que era liderada por Leonel Brizola, era nacionalista e não entreguista. Hoje, boa parte da esquerda apoia o entreguismo da Amazônia.
Por isso, eu fico com o pé atrás quando vejo “coalizões” com banqueiros e supostos agropecuaristas para salvar a Amazônia. Além de ter brasileiros de esquerda fazendo uma propaganda de boicote a produtos feitos no Brasil. Infelizmente, o nacionalismo da esquerda brasileira acabou.
Kassio Nunes será indicado mesmo
O presidente Jair Bolsonaro confirmou a indicação de Kassio Nunes Marques para a vaga a ser deixada por Celso de Mello no STF. O desembargador foi nomeado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região por Dilma Rousseff, em 2011 — ele foi o mais votado da lista tríplice apresentada pela OAB.
Nascido no Piauí e advogado por formação, Nunes já trabalhou no Tribunal Regional Eleitoral e atualmente está no TRF-1, que tem sede em Brasília e atende um grande número de estados. Neste tribunal, ele obteve destaque por sua produtividade.
É conhecido por votos curtos, ou seja, estaremos livres de 40 a 50 minutos de leitura de voto em futuros julgamentos no STF. Provavelmente, ele vai demorar uns cinco minutos para dizer qual o voto dele. Além de ser conciso e simples, Kassio Nunes é católico e tido como conservador. Bolsonaro o conhece há mais de ano e gosta dele.
Antes de fazer a indicação, o presidente consultou ministros do Supremo e parlamentares do Senado. Apesar de o ministro Marco Aurélio dizer que há preconceito contra o presidente dentro do STF, Bolsonaro deu aos preconceituosos um exemplo de harmonia e respeito à independência entre os poderes ao consultá-los. Bolsonaro disse que não considera que o STF vá hospedar alguém do círculo dele, que é fechado, de assessores e ministros.
No Senado aconteceu a mesma coisa. Bolsonaro nunca ultrapassou as fronteiras do Legislativo, novamente mostra exemplo de respeito à independência e harmonia entre os poderes.
Um exemplo que, infelizmente, Paulo Guedes e Rodrigo Maia não estão seguindo. Os dois não param de trocar farpas. O presidente da Câmara chegou a comparar o ministro com a queda de Hitler.
Enfim, a consequência desse bem-estar entre os poderes já se revelou na quinta-feira (1º). O governo ganhou no STF, por 6 votos a 4, o direito de vender refinarias da Petrobras sem a necessidade de consulta ao Congresso.
O governo conseguiu a vitória, apesar do voto do relator do processo, Edson Fachin, votar contra o pedido. Entre as refinarias que serão vendidas está a malfadada Abreu e Lima, de Pernambuco.
Rosa quer explicações do Conama
A ministra Rosa Weber está pedindo explicações sobre o cancelamento de resoluções de normas de proteção ambiental, por decisão do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), já que o órgão é de execução e não legislativo. O pedido foi feito pelo PT.
Mas a notícia foi deturpada em alguns portais. Disseram que a ministra deu 48 horas para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, explicar, mas a ordem foi para o Conama, que tem 23 integrantes e deliberou sobre o assunto.
Alexandre Garcia
Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.
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