Após a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) aprovar por unanimidade o prosseguimento do processo de impeachment contra Wilson Witzel (PSC), o governador afastado será julgado por um tribunal misto, composto por cinco deputados estaduais e cinco desembargadores do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio).
Agora o TJ-RJ fará na próxima segunda-feira (28) o sorteio dos cinco dos 180 desembargadores da Corte que farão parte do tribunal misto. Amanhã (25), os deputados que têm interesse em compor o tribunal poderão colocar as suas candidaturas na Alerj. A eleição dos cinco membros da Casa que farão parte do tribunal acontece na próxima terça-feira (29).
Através de sorteio, um dos dez membros da comissão será nomeado relator desse processo. Os integrantes do tribunal misto terão até dez dias para redigir um novo relatório sobre as supostas irregularidades cometidas por Witzel —o documento apontará a continuidade ou não do processo de impeachment.
A partir desse momento, Witzel será formalmente notificado e terá 15 dias para manifestar a sua defesa.
O tribunal misto votará então se Witzel deve ser afastado ou não do cargo —caso os membros entendam que ele deve ficar longe do governo, Witzel ficará duplamente afastado, já que no mês passado o STJ (Superior Tribunal de Justiça) o afastou do cargo por 180 dias.
O governador afastado terá até seis meses para apresentar a sua defesa ao tribunal misto.
Alerj errou sob pressão das redes sociais, diz Witzel
Witzel disse na manhã de hoje que enfrenta o processo de impeachment de “cabeça erguida” e que provará sua inocência. Ele afirmou que a Alerj errou sob influência das redes soci ais.
“O estrago na minha imagem política foi feito. E, infelizmente, a Alerj, pressionada pelas redes sociais, está cometendo um grande erro, cuja História há de demonstrar”, disse.
Os parlamentares aprovaram o relatório produzido pela Comissão de Impeachment da Alerj, que aponta supostas irregularidades cometidas por ele em compras e renovações de contratos para a área da saúde durante a pandemia do coronavírus.
Numa série de publicações em sua conta no Twitter, Witzel disse que nunca compactuou com a corrupção e que está “sofrendo um linchamento moral e político a partir da palavra, sem provas, de delatores, ou seja, de bandidos confessos”.
“Enfrento esse processo de impeachment de cabeça erguida porque nunca compactuei com a corrupção em toda a minha vida. Provarei minha inocência mesmo sofrendo um linchamento moral e político a partir da palavra, sem provas, de delatores, ou seja, de bandidos confessos”, afirmou.
Ele acrescentou que os milhões de votos que o elegeram para governar o estado “não podem ser anulados por alegações criminais que sequer foram objeto de denúncia recebida. Enquanto isso, os delatores estão em liberdade e usufruindo do produto dos seus crimes, rindo do povo. Tudo com a benção do MPF”.
Witzel questionou ainda o motivo pelo qual não se aguardou sua defesa ser ouvida no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para, segundo ele, “mostrar os absurdos da delação dos réus confessos Edmar Santos e Edson Torres”.
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