O PT lançou nesta segunda-feira (21) um documento intitulado “Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil”, que lista uma série de ações que o partido considera essenciais para o país a curto, médio e longo prazo. No texto, o partido critica o governo do presidente Jair Bolsonaro, ataca o ex-juiz Sergio Moro e a Lava Jato e defende mais gastos e maior presença do poder público.
O partido defende que “a ordem econômica e social, a estrutura política, o papel do Estado e a sua forma de financiamento têm de ser repensadas”. O programa também aponta que é urgente “implantar ambiciosos programas destinados a eliminar a pobreza e nossas históricas desigualdades”. Confira os principais pontos do documento:
Críticas ao governo Bolsonaro
As críticas ao presidente Jair Bolsonaro são um dos eixos centrais do documento. Para a legenda, o governo tem “índole fascista e obscurantista”, que “acrescentou a este cenário o discurso do ódio e a incitação à violência, agravando o racismo estrutural da sociedade brasileira, o machismo, a misoginia, a homofobia e o preconceito”. O documento também acusa Bolsonaro de perseguir indígenas, sem-terra e “todos que dele divergem”.
“Ataca a ciência, a cultura e a liberdade de expressão. Destrói a Amazônia e o Pantanal ante os olhos alarmados do mundo. Mantém o país sob tutela militar e ajoelhado perante os Estados Unidos”, diz ainda o documento.
O PT destaca ainda que “ é primordial recuperar a dignidade e o respeito pelo país, perdidos com a política externa bolsonarista de submissão servil aos interesses da extrema-direita dos Estados Unidos, que tornou o Brasil pária mundial”.
Novo “pacto verde”
O PT também propõe um “acordo verde” para combater a devastação ambiental. A legenda defende promover um “Green New Deal, um novo ‘pacto verde’, que promova a transição ecológica para uma economia de baixo carbono”.
O documento destaca que é preciso promover o uso de fontes de energia limpas e renováveis, como a eólica e a solar. Além disso, o partido prevê um “empenho no desmatamento zero, e na proteção da sociobiodiversidade”.
“Propõe também uma agricultura de baixo carbono, totalmente comprometida com a conservação ambiental e a oferta de alimentos saudáveis, contribuindo para um novo modelo de desenvolvimento sustentável e uma nova política de comércio exterior“.
PT faz acenos às minorias
O texto também traz acenos às minorias, com o “combate ao racismo estrutural, e de opressão e violência contra a mulher, além de tratar de homofobia, e violência contra os indígenas e os quilombolas”. Entre as propostas estão a criação do Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e do Fundo Nacional de Combate ao Racismo.
“No campo social, precisamos implantar ousadas e inovadoras políticas públicas protetivas e inclusivas, de combate ao racismo estrutural, à opressão sobre as mulheres promovida pela sociedade patriarcal, à homofobia, à agressão constante contra os povos originários e os quilombolas”, diz um trecho do documento.
“Comprometer-se com o fim do racismo é realizar políticas e práticas que transformem o lema ‘vidas negras importam’ em uma realidade no nosso país. A vida tem de ser defendida contra o machismo e o sexismo, que assassinam mulheres todos os dias, que ameaçam seus direitos sexuais e reprodutivos e sua liberdade de controlarem seus corpos e as condenam a ganhar menos que os homens, a praticar a dupla jornada e ter posições secundárias numa sociedade patriarcal. A vida tem de ser defendida contra os preconceitos e a lgtbtfobia que matam e violentam a população LGBTQI+”, diz a legenda.
O documento lançado nessa segunda também traz outras propostas para o meio ambiente, agricultura, segurança pública, saúde, educação, além de proposições de medidas emergenciais para a pandemia de coronavírus.
Be the first to comment on "Críticas a Bolsonaro e mais gasto público: o “plano” do PT para reconstruir o Brasil"