Orlando Diniz, preso pela Lava Jato, disse em delação revelada pela CNN que Santa Cruz teria lhe pedido R$ 120 mil para campanha. Ele nega
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi delatado por Orlando Diniz, ex-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomércio). A informação foi revelada pelo canal CNN Brasil, que divulgou trechos da delação em que Santa Cruz é acusado de ter pedido – e recebido – R$ 120 mil para sua campanha de reeleição à OAB do Rio em 2014.
Na delação, cujo conteúdo a defesa de Diniz não comentou, o ex-presidente da Fecomércio-RJ, que foi preso em fevereiro de 2018 na Operação Jabuti, um desdobramento da Lava Jato, diz que Santa Cruz lhe pediu dinheiro em espécie, mas que acabaram combinando um contrato de fachada.
Seria um contrato entre a a Fecomércio e um laranja de Santa Cruz, o advogado Anderson Prezia. Diniz disse que o contrato foi assinado e pago, mas os serviços nunca foram prestados.
“QUE, como naquele momento o colaborador estava com poucos recursos, ele e Felipe Santa Cruz acordaram de fazer um contrato com Anderson Prezia Franco, cujo objeto seria consultoria e assessoria jurídica para a contratada, a Fecomércio, QUE o objetivo era apenas promover uma transferência de recursos a Felipe Santa Cruz; QUE os honorários de Anderson Prezia foram, no valor bruto, R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), QUE Anderson Prezia não prestou serviços efetivamente, uma vez que as causas já estavam cobertas por outros escritórios”, diz um trecho do documento divulgado pela CNN Brasil.
Felipe Santa Cruz e Anderson Prezia se manifestaram por meio de nota. Veja as íntegras:
“O presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, rechaça com veemência as ilações mentirosas dessa delação fantasiosa. Ressalta que nunca pediu qualquer tipo de apoio para campanha da Ordem ou negociou qualquer serviço com o senhor Orlando Diniz. Tais mentiras só podem ser interpretadas como retaliação à ação do dr. Felipe Santa Cruz como advogado do SESC e do SENAC/RJ em processo no TCU, justamente pedindo ressarcimento dos danos causados pelo delator às organizações – processo esse em que esse senhor foi condenado a devolver mais de R$ 58 milhões aos cofres do Sesc e do Senac estaduais por um convênio ilegal. Está clara a intenção de destruir reputações para tentar escapar de penas pesadas às quais são submetidos aqueles que, como o pretenso delator, cometem crimes.”
“O escritório de advocacia do dr. Anderson Prezia não prestou serviços para Orlando Diniz, e sim para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro, entidade de direito privado (portanto, sem recursos do Sesc/Senac). O escritório foi contratado pela entidade, em 2016, para atuar em processos trabalhistas no TRT e TST, em agravo de instrumento de recurso de revista. Naquela data, inclusive, o dr. Anderson Prezia e o dr. Felipe Santa Cruz não eram sócios.À época, o contato com o escritório foi feito via o Departamento Jurídico da entidade.”
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