PF investiga fraude em contratos no DNIT firmados já no governo Dilma, em 2012

PF investiga fraude em contratos no DNIT firmados já no governo Dilma, em 2012

Alvo da ação policial são contratos com a empresa Business to Technology (B2T)

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (3), operação para investigar supostos desvios de verba pública no Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). A ação apura o rombo de R$ 40.566.248 milhões em contratos firmados entre o órgão e a empresa Business to Technology (B2T), atuante no ramo de TI, iniciados em 2012, durante o governo Dilma Rousseff (PT).

A Operação Circuito Fechado cumpriu nove mandados de prisão temporária e mais 44 de busca e apreensão no Distrito Federal, Goiás, Paraná e São Paulo. A Justiça também determinou o sequestro de seis imóveis e 11 veículos, além do bloqueio de R$ 40 milhões das contas dos envolvidos.

Esta ação faz parte da segunda fase de investigações da Operação Gaveteiro, envolvendo a mesma empresa de tecnologia, desta vez, com o desvio de R$ 50.473.262,80 em contratos fraudulentos com o Ministério do Trabalho, extinto no início do governo Jair Bolsonaro.

Durante a primeira operação, a PF descobriu diversas ramificações do esquema de corrupção. A B2T foi apontada por participar da venda de softwares e serviços por meio de licitações fraudadas, envolvendo servidores públicos para a criação de contratos com demandas exclusivas, impossibilitando a participação de outras empresas do ramo no processo licitatório.

Após a coleta das provas resultantes do cumprimento dos mandados judiciais deferidos na Operação Gaveteiro, a Polícia Federal descobriu que o Ministério do Trabalho foi apenas um dos tentáculos da organização criminosa. Veio à tona um esquema bem maior, envolvendo empregados e revendedores do desenvolvedor da ferramenta de B.I. que era vendida aos órgãos, sempre por meio de licitações fraudadas, além da cooptação de servidores públicos para a criação artificial de uma demanda direcionada para contratação dos produtos com cláusulas restritivas que impediam a habilitação de outras empresas concorrentes.

odas as fases da contratação dos serviços da empresa eram viciados, os agentes públicos participantes do esquema forjavam a necessidade de aquisição de consultorias, licenças e suporte técnico por cifras milionárias, mesmo que dispensada a necessidade efetiva dos serviços ao órgão.

Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, falsificação de documento particular, fraude à licitação, lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. A pena pode chegar a mais de 40 anos de reclusão.


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