Governador do Maranhão gastou quase R$ 1,3 milhão em assinaturas da revista para distribuir nas escolas públicas; Lula orientou o editor Mino Carta a diluir os protestos pelo impeachment de Dilma
Para o comentarista Augusto Nunes, o jornalismo da Carta Capital se trata de um “comércio de textos”. Nesta terça-feira, 1º, em reportagem exclusiva, o programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, mostrou que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PDCdoB), gastou quase R$ 1,3 milhão em assinaturas da revista Carta Capital nos anos de 2019 e 2020 para distribuir nas escolas públicas do estado. Além disso, Lula já interferiu em publicações da revista, conforme gravação de uma conversa de 2016, em que diz que vai orientar o editor Mino Carta a diluir os protestos pelo impeachment de Dilma Roussef. “Isso é um comércio de textos, jornalismo por encomenda. O Lula pautando a revista. Nunca imaginei o Mino Carta fazendo uma coisa dessas”, afirmou Augusto.
Atualmente, a revista possui uma tiragem média de 75 mil exemplares. Segundo o comentarista, 1/3 dela é vendido para o governo do Maranhão. “Nenhuma outra publicação tem essa ajuda de um estado paupérrimo, comprando uma revista que ninguém lê, comercializando textos, isso é jornalismo de aluguel”, disse. De acordo com a denúncia, foram feitos dois contratos entre a Secretaria de Estado da Educação e a Editora Confiança. O primeiro aparece no Diário Oficial do Estado no dia 30 de abril de 2019, com um valor total de R$ 600.576, sendo R$ 408 reais por assinatura. Já o segundo foi publicado no mês de agosto de 2020. O valor pelas 1.472 assinaturas subiu para R$ 671.984,40, 10% a mais do que o contrato anterior.
No período de vigência das compras, a Carta Capital deu generoso destaque às ações do governador, inclusive colocando-o como capa da revista na edição de agosto de 2019, pouco tempo depois da assinatura do primeiro contrato. A reportagem, que tem como título: “Comunista, cristão e paraíba: descubra o governador Flávio Dino”, diz, entre outros elogios, que Dino “simboliza as mudanças políticas experimentadas pelo Nordeste na última década”. Para Augusto, Flávio Dino, que deve se candidatar à Presidência da República, “tem vergonha de ser associado ao comunismo”. O seu partido, o PCdoB, já afirmou que quer mudar de nome para evitar o termo “comunista”. “Todo o partido comunista acha que o regime de sonhos de todo mundo é a ditadura do proletariado. Segundo os jornalistas profetas da Carta Capital, é para isso que o Maranhão se encaminha”, finalizou o comentarista.
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