Orçamento maior da Defesa provoca escândalo à toa

Orçamento maior da Defesa provoca escândalo à toa

A Polícia Federal realizou uma megaoperação contra traficantes de drogas, coordenada por um juiz de Pernambuco, na última terça-feira (18). São quatro quadrilhas sustentadas por quem usa cocaína, principalmente no Brasil e na Europa.

A droga entra no país pelo Paraguai, sai de Natal (RN) pelo mar para a Europa, sai de Campinas (SP) para a África de avião e a distribuição nacional é feita pelo sistema rodoviário a partir do Recife (PE). Há ainda um grande centro financeiro de distribuição no Brás, em São Paulo.

Foram 50 ordens de prisão e 139 mandados de busca e apreensão. A polícia apreendeu 42 caminhões, 35 imóveis entre apartamentos, casas e fazendas, sete aviões e cinco helicópteros. Houve ainda o bloqueio R$ 100 milhões das quadrilhas. Repito: tudo isso sustentado por quem usa cocaína.

Defesa é importante

O Orçamento destinado aos Ministérios da Defesa e da Educação está sendo discutido antes mesmo do envio da proposta pelo governo ao Congresso. Estipula-se R$ 108 bilhões para Defesa e R$ 103 bilhões para Educação.

A diferença de verba se dá porque o Ministério da Defesa tem 360 mil militares e o da Educação tem 300 mil funcionários e professores. A diferença de pessoal na folha de pagamento é nítida. Mas os dois tem uma tremenda responsabilidade para com o país, um com a soberania nacional e o outro com o futuro do Brasil.

O Ministério da Educação deveria ser o “Ministério do Ensino” porque quem dá educação são os pais. A pasta deveria ter professores mais bem formados e consequentemente melhor remunerados.

Professor é a principal atividade, é o profissional que forma o general, o presidente, o médico, o engenheiro. Mas o ensino básico do país ainda é falho. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, falou que tem jovens que chegam na universidade federal sem entender conteúdos básicos: não sabem fazer uma regra de três composta, uma equação de segundo grau, não tem muita noção de história antiga e contemporânea, não sabe formar uma frase e nem interpretar texto.

Quanto ao orçamento da pasta da Defesa, o país tem que proteger o pré-sal, as riquezas marítimas, a grande riqueza amazônica, as fronteiras para evitar contrabando de drogas e armas, e ficar atento a vizinhos complicadíssimos, como a Venezuela.

O país que deseja ser respeitado precisa de uma boa força de defesa. O Brasil precisa comprar mais equipamentos marítimo, aéreo e terrestre. Ou seja, os dois ministérios são importantes.

Cada um no seu quadrado

O Conselho Nacional do Ministério Público existe exatamente para examinar denúncias de abuso de poder por parte de procuradores. Mesmo assim, Deltan Dallagnol não será julgado por ordem do STF.

Todos precisam ficar dentro do seu quadrado. Por exemplo, um ministro do Supremo precisa ser isento. No momento em que um deles palpita sobre figuras políticas brasileiras, perde a isenção para julgar essa pessoa.

Alexandre Garcia

Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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