Grupo de 13 investigadores da ‘Equipo Especial de la República del Perú’, órgão equivalente ao Ministério Público Federal, divulgaram nota em que se dizem preocupados com a possibilidade de destituição do coordenador da força tarefa em Curitiba, base e origem da maior operação já deflagrada no Brasil contra a corrupção
Um grupo de 13 investigadores da ‘Equipo Especial de la República del Perú’, órgão equivalente ao Ministério Público Federal, divulgou nota no domingo, 16, para manifestar apoio ao procurador e coordenador da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, diante da eminência do julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pode tirá-lo do grupo de trabalho.
No texto, os investigadores peruanos se dizem preocupados com a possibilidade de destituição de Deltan, a quem se referem como ‘pilar fundamental’ na cooperação internacional para combate de casos de corrupção transnacional na América Latina.
“As ações que buscam afetar a independência dos fiscais ou procuradores responsáveis pelas investigações de casos de corrupção são alvo de preocupação internacional”, argumenta a nota.
Na semana passada, integrantes e ex-integrantes da Lava Jato no Paraná também subscrevem nota para defender que um eventual afastamento do procurador comprometerá, em última instância, a independência dos trabalhos da operação.
Julgamentos. Com três vagas não preenchidas, o CNMP deve julgar nesta terça-feira, 18, três procedimentos administrativos disciplinares contra Dallagnol. Dois deles foram apresentados pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (Progressistas-TO).
A parlamentar questiona o acordo firmado pela Lava Jato Paraná com a Petrobrás para destinar R$ 2,5 bilhões recuperados pela operação a um fundo gerido pelos procuradores e argumenta que a manutenção de Dallagnol no comando da força-tarefa coloca em risco trabalhos da operação.
Já o pedido de Renan Calheiros acusa o procurador de atuação político-partidária por ter feito campanha contra a eleição do emedebista para o comando do Senado em 2019.
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