Quase 300 mil ficaram desabrigados após a explosão que devastou a zona portuária da capital do Líbano.
O ministério da Saúde do Líbano atualizou nesta quinta-feira (6) o balanço de vítimas da explosão que que devastou a zona portuária de Beirute: mais de 137 pessoas morreram e mais de 5 mil ficaram feridas. Dezenas seguem desaparecidas, de acordo com o porta-voz Rida Moussaoui.
A tragédia de terça-feira (4), provocada segundo as autoridades por um incêndio em um depósito que armazenava uma grande quantidade de nitrato de amônio no porto da capital libanesa, deixou quase 300 mil desabrigados, segundo o governador de Beirute, Marwan Aboud.
O ministro da Saúde Pública, Hamad Hassan, reconheceu que o país não possui estrutura suficiente para tratar os feridos e cuidar de pacientes em estado crítico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a explosão deixou três hospitais em Beirute inoperantes e dois parcialmente danificados, comprometendo a quantidade de leitos disponíveis. Os pacientes estão sendo transferidos para hospitais em todo o país, até mesmo para a região ao sul de Saida e ao norte de Trípoli.
Uma mulher estava em trabalho de parto quando houve a explosão. O marido fazia um vídeo no momento em que o impacto da explosão destruiu parcialmente o hospital onde estavam:
As autoridades ainda temem o aumento no número de casos de Covid-19 nos próximos dias no país. O fato de muitos desabrigados terem se instalado em casas de familiares, o pânico para socorrer as vítimas podem contribuir para que a pandemia se espalhe pelo país.
“Devido à emergência e ao pânico, estou preocupado porque o tratamento de feridos em hospitais e a perda de suprimentos de equipamentos de proteção individual podem ter um impacto no número de pacientes com coronavírus nos próximos 10 dias “, disse Hassan.
Até essa quinta, o Líbano registrou oficialmente 5,4 mil casos e 68 mortos por complicações da Covid-19, de acordo com a universidade americana Johns Hopkins.
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Nitrato de amônio
O material com potencial explosivo estava armazenado há seis anos sem a segurança necessária. Na quarta-feira (5), responsáveis pela autoridade portuária desde 2014 foram colocadas em prisão domiciliar. Moradores de Beirute acusam o governo de corrupção, negligência e má gestão, de acordo com a BBC.
Nesta quinta, as escavadeiras do exército abriam estradas para ter acesso ao porto destruído. O país está sob estado de emergência.
Apoio Internacional
União Europeia, Rússia, Tunísia, Turquia, Irã e Catar estão enviando suprimentos de emergência. A França enviou para Beirute equipes especializada em buscas. O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou nesta quinta o local da explosão.
O Líbano, que já enfrentava uma grave crise econômica, precisará de apoio internacional. A estimativa inicial do governo de que é que a tragédia causou danos de US$ 3 bilhões (R$ 15,9 bilhões) a US$ 5 bilhões (R$ 26,5 bilhões). O Banco Mundial se pronunciou e disse que está aberto aos parceiros do Líbano para mobilizar apoio financeiro para a reconstrução.
Nitrato de amônio
O nitrato de amônio se apresenta como um pó branco ou em grânulos solúveis em água e é seguro – desde que não aquecido. A partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode tornar-se explosiva.
Um incêndio, tubos superaquecidos, fiação defeituosa ou relâmpagos podem ser suficientes para desencadear tal reação em cadeia.
Passo a passo mostra os detalhes da explosão em Beirute, no Líbano, que ocorreu na terça-feira (4) — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1
G1.
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