Lava Jato denuncia ex-diretor da Petrobras Renato Duque e empresário por corrupção e lavagem de dinheiro

Renato Duque deixou a prisão em março deste ano — Foto: Reprodução

Segundo a denúncia, em dois anos, o esquema envolveu propinas de R$ 3,7 milhões. Duque já foi condenado em sete processos da operação.

A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba denunciou o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o empresário Luis Alfeu Alves de Mendonça por corrupção e lavagem de dinheiro em contratos da estatal com a empresa Multitek Engenharia. A denúncia, que é de 3 de julho, foi divulgada nesta segunda-feira (13)

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), em dois anos, o esquema envolveu a promessa de mais de R$ 5,6 milhões em propina e fraudou contratos que totalizaram R$ 525,7 milhões.

Foram encontradas 16 transferências, relacionadas a três contratos, que somaram mais de R$ 3,7 milhões em propina, segundo a denúncia.

O ex-diretor de Serviços da Petrobras deixou a prisão em março depois de cinco anos. Ele passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.

Duque foi condenado em sete ações penais da Operação Lava Jato, e as penas de Duque somam 124 anos e sete meses de prisão.

Investigação

De acordo com a denúncia, entre 2011 e 2012, o empresário Luis Alfeu pagou valores indevidos a Duque em troca de obtenção de vantagens em três contratos – e respectivos aditivos – com a Petrobras. O ex-diretor da estatal usou o cargo para favorecer em empresa Multitek, segundo o MPF.

A denúncia aponta que os dois contaram com os irmãos Milton Pascowicht e José Adolfo Pascowicht, que fecharam acordo de delação premiada, para fazer contratos ideologicamente falsos, compras de obras de arte e custeio de reformas imobiliárias.

Um contrato estava relacionado com obras de construção civil do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e os outros dois eram para em uma unidade industrial e montagem de laboratório em Macaé (RJ).

O MPF pediu que seja decretado a perda dos produtos dos crimes ou de quantia equivalente a R$ 3,7 milhões. A força-tarefa também solicitou a condenação por danos morais que ambos causaram à população, não inferior aos R$ 3,7 milhões.

Obra de arte

Segundo a Lava Jato, Duque tinha uma escultura avaliada em mais de R$ 220 mil, do artista Franz Krajcberg. A escultura foi paga por uma das empresas usadas no suposto esquema para o leiloeiro da obra, informou o MPF.

O que dizem os citados

O advogado Marcelo Lebre, que defende Renato Duque, afirmou por meio de nota que irá se manifestar sobre a denúncia apenas no processo, mas disse que “se trata de (mais uma) denúncia oferecida com base apenas nas insustentáveis palavras de delatores, sem provas concretas de corroboração”.

“Renato Duque vem contribuindo com as investigações e processos da Lava Jato a longa data, mesmo sem ter nenhum acordo de colaboração premiada firmada com as autoridades, no afã de contribuir com escorreita elucidação dos fatos e com o deslinde das causas penais em curso”, afirmou.

O G1 tenta localizar a Multitek Engenharia e do empresário Luis Alfeu Alves de Mendonça.

G1.

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