O cargo de ministro da Educação está vago há 20 dias. Em entrevista coletiva, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que pretende nomear alguém para chefiar o MEC até o fim desta semana.
Mais do que nunca, o comando do MEC virou disputa entre as ditas alas que compõem o governo. Por meio de campanhas pelas redes sociais, grupos tentam influenciar a escolha do presidente e emplacar seus candidatos ao posto de ministro.
Abraham Weintraub deixou o governo em 18 de junho. A passagem de cinco dias de Carlos Alberto Decotelli pelo ministério acabou por não ser considerada oficialmente, tendo em vista que ele sequer tomou posse.
Conheça novos nomes e os já conhecidos, que seguem cotados, para assumir a pasta da Educação:
Major Vitor Hugo
Bolsonaro afirmou publicamente que o deputado Major Vitor Hugo poderia, sim, ser uma “reserva” para o MEC. Ao mesmo tempo, o presidente teme que seu nome na pasta cause desgastes à presidência.
“[Vitor Hugo] É ‘zero um’ de academia. É confiança em primeiro lugar. Não pode fugir disso aí. É uma pessoa que tem capacidade muito grande de organização. Em poucos dias, estudou o ministério e apontou os problemas. É uma pessoa excepcional, mas vão cair em cima dele por ser major do Exército. Pessoal acha que tem militar demais no governo. Mas, até brinquei com ele, é um excepcional reserva para essa situação. Caso seja ele, não vou dizer que o será, será um bom nome”, disse Bolsonaro em coletiva de imprensa.
Aristides Cimadon
À Gazeta do Povo, Aristides Cimadon, reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina confirmou que seu nome foi sondado pelo governo, mas que não recebeu convite oficial para o posto no MEC.
Cimadon tem 70 anos, é catarinense e tem formação diversificada nas áreas de Pedagogia e Direito. Também tem experiência como gestor no campo da educação. É professor desde 1977 e, em 2004, assumiu a reitoria da Unoesc. Possui graduação em Filosofia e Pedagogia pela Universidade de Passo Fundo e em Direito pela própria Unoesc. É mestre em Educação, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e em Direito, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Também consta em seu currículo Lattes um doutorado em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (Univale).
Milton Ribeiro
Entre os nomes que surgiram recentemente no radar está o do pastor Milton Ribeiro. Interlocutores afirmam que ele seria o “candidato de São Paulo” mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (7), durante coletiva. Ele foi nomeado para a Comissão de Ética Pública ligada à Presidência da República e seu mandato termina em 2022.
Ribeiro é pastor na Igreja Presbiteriana de Santos. Quanto à sua formação acadêmica, consta em seu currículo Lattes que é graduado em Teologia e Direito, tem mestrado em Direito e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Faz parte, além disso, do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Ricardo Caldas
Procurado pela Gazeta do Povo, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Marcelo Caldas confirmou que foi “sondado” pelo governo. Disse, no entanto, que não chegou a conversar diretamente com o presidente Jair Bolsonaro.
Ele possui graduação em Economia e mestrado em Ciência Política pela UnB. Consta em seu Lattes que é doutor em Relações Internacionais pela University of Kent, na Inglaterra.
Anderson Ribeiro Correa
Anderson Correa está à frente do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Na gestão Bolsonaro, ainda, foi presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em sua carreira, além disso, teve passagem pela Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo (SBPTA)
Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestrado em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica pelo ITA, onde é reitor. Em seu currículo Lattes, consta que ele é doutor em Engenharia de Transportes pela University of Calgary, no Canadá.
Benedito Aguiar
Atualmente é responsável pela Capes – sucessor de Anderson Correia, também cotado para a vaga no MEC. Já foi reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Tem graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba (1982). Em seu currículo Lattes, ainda consta que ele é doutor pela Technische Universität, em Berlim, e pós-doutor pela Universidade de Washington.
Stravos Xanthopoylos
Xanthopoylos é ex-diretor da área de cursos on-line da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atualmente trabalha como consultor na área de educação a distância. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo e doutor em Administração de Empresas pela FGV-Eaesp, Xanthopoylos participou da equipe de transição do presidente Jair Bolsonaro, no fim de 2018.
Antes da escolha de Abraham Weintraub, ele chegou a ser cotado para o cargo de ministro da Educação. Na época, mencionou-se que poderia existir conflito de interesses entre a sua atuação no mercado de educação particular e a adoção de políticas públicas, o que ele negou. Xanthopoylos também já se posicionou contra cotas, a favor do homeschooling e contra o ensino de “ideologia” nas escolas.
Gilberto Gonçalves Garcia
Garcia atualmente é reitor da Universidade São Francisco (USF) e professor adjunto do Programa Stricto Sensu em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Ele é doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ (2007). Na mesma instituição, fez mestrado e graduação. De acordo com o currículo Lattes, também foi reitor da FAE Centro Universitário (1998-2007), da Universidade São Francisco (2002-2009) e da Universidade Católica de Brasília (2014-2018).
Ele também exerceu as funções de presidente da Associação Brasileira de Universidades Comunitárias ABRUC (2007-2009), presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras CRUB (2008-2009), e conselheiro da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (2010 a 2018). Ocupou a presidência da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 2012 a 2014, e foi presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 2014 a 2016.
Ilona Becskeházy
Ilona Becskeházy é, atualmente, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC). Sua candidatura ao posto é levantada pela chamada ala ideológica do governo e, de outro lado, tem apoio de figuras públicas como Ciro Gomes (PDT), a quem Ilona ajudou a elaborar a proposta de campanha à presidência, em 2018.
Mestre e doutora em política educacional pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), Ilona ajudou a elaborar o currículo educacional de Sobral, no Ceará, que, de longe, desponta com os melhores indicadores do país.
Hermes Rodrigues Nery
Nas redes, grupos pró-vida também tentam emplacar o nome de Hermes Rodrigues Nery. É graduado em História pela PUC de São Paulo e tem especialização em Bioética pela PUC do Rio.
Passou a ser coordenador, em 2005, da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida. Também é diretor da Associação Nacional pró-vida e família.
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