Juiz da Lava-Jato no Rio também ordenou que o nome do empresário seja incluído na rede de difusão vermelha da Interpol
Foragido da Justiça brasileira desde 2017, quando teve mandado de prisão decretado pela Lava-Jato, o empresário Arthur Soares, o Rei Arthur, é alvo de nova ordem de prisão preventiva nesta semana. Em decisão assinada no domingo, o juiz Marcelo Bretas determina o recolhimento do empresário e a inclusão do seu nome na rede de difusão vermelha da Interpol.
Rei Arthur vive em Miami, protegido pelo sistema de Justiça norte-americano, que não reconhece as ordens de prisão da Justiça brasileira. Tal condição, teria facilitado, aos olhos da Justiça, a continuidade dos atos criminosos envolvendo Rei Arthur que, protegido pelos EUA, seguiria envolvido com quadrilhas especializadas em saques aos cofres públicos do Rio.
“Mesmo foragido desde setembro de 2017, Rei Arthur continua operando em auxílio aos membros da organização criminosa, sem qualquer pudor de ser preso, em clara afronta ao Judiciário brasileiro”, afirma Bretas no despacho.
A ordem de prisão contra Rei Arthur foi assinada no mesmo despacho em que Bretas determina o retorno à prisão do empresário Vinícius Peixoto, filho de Mário Peixoto, um dos cabeças do esquema de desvios em contratos na Saúde do Rio.
Rei Arthur é considerado foragido pela força-tarefa da Lava-Jato. Ele teve a ordem de prisão decretada durante investigação que descobriu um esquema de compra de votos na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos de 2016.
“Em relação ao ARTHUR SOARES, não há qualquer dúvida da imperiosa necessidade da prisão preventiva, uma vez que encontra-se foragido e, mesmo ciente das ações penais contra ele em andamento nesse Juízo, continua, em tese, praticando atos ilícitos em conjunto com os integrantes da ORCRIM”, afirma o juiz.
Na nova investigação, os integrantes do MPF do Rio descobriram negócios entre Rei Arthur e os empresários envolvidos em desvios na Saúde do Rio, inclusive com trocas de mensagens entre Peixoto e Soares.
“Conforme revelado pelo MPF, o imóvel adquirido pela MCK USA 1 LLC de Vinicius, pelo valor de 1 milhão de dólares, foi financiado pela off shore Matlock Capital Group Limited. Tal empresa foi apresentada a esse Juízo nos autos da Operação Unfair play, por ser a utilizada, em tese, por ‘Rei Arthur’ para a intermediação da compra de votos para as Olimpíadas de 2016”, registra Bretas.
“Rei Arthur”, de acordo com a denúncia da Lava-Jato, teve “participação fundamental” nos crimes cometidos por Peixoto e foi responsável por financiar e intermediar a compra de de dois apartamentos na cidade em Miami. A ideia, segundo os investigadores, era dissimular pagamento de propina a Paulo Melo, ex-deputado estadual também preso na Operação Favorito.
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