Polícia faz buscas em operação que investiga irregularidades nas compras de respiradores no Pará

Buscas se concentram em endereços do secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame. Em um triplex do secretário, PF encontrou uma série de obras de arte; ele disse que tem patrimônio compatível com a renda.

A Polícia Federal saiu às ruas nesta terça-feira (23) para cumprir mandados de buscas em operação que investiga irregularidades nas compras de respiradores pelo governo do Pará. As buscas se concentram em endereços do secretário de Saúde do estado, Alberto Beltrame, em Porto Alegre. Ele também é presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Além da capital gaúcha, há mandados também para a cidade de Xangrilá. Os mandados, sete ao todo, foram autorizados pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A operação foi batizada de Matinta Pereira.

A ação desta terça é um desdobramento da operação Bellum, que no dia 10 de junho cumpriu 23 mandados de busca e apreensão para levantar provas sobre as suspeitas de fraude na compra de equipamento de combate à pandemia do novo coronavírus.

Os investigadores apontam suspeita de superfaturamento de 86% nas compras, que custaram aos cofres públicos R$ 25 milhões.

Beltrame já havia sido alvo da Bellum, no início do mês, assim como o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB).

Em um triplex de Beltrame na capital gaúcha, a Polícia Federal encontrou uma série de obras de arte. Veja nas imagens abaixo:

Polícia encontrou pinturas espalhadas em diversos cômodos do triplex de Beltrame em Porto Alegre — Foto: Reprodução/Polícia Federal

Polícia encontrou pinturas espalhadas em diversos cômodos do triplex de Beltrame em Porto Alegre — Foto: Reprodução/Polícia Federal

Obras de arte em apartamento do secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame — Foto: Reprodução/Polícia Federal

Obras de arte em apartamento do secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame — Foto: Reprodução/Polícia Federal

De acordo com os investigadores, o objetivo dos mandados é colher provas e verificar se existe compatibilidade entre o patrimônio de Beltrame e seus rendimentos declarados.

Versão do secretário

Em nota divulgada após a operação, Beltrame disse que comprou as obras de arte com o “fruto de 35 anos de trabalho”. Ele afirmou ainda que todo seu patrimônio é “absolutamente compatível” com a renda que obteve no trabalho.

“Esclareço que as obras de arte que estão no meu apto em Porto Alegre são fruto de 35 anos de trabalho. Todas elas foram adquiridas antes de minha gestão como Secretário de Saúde no Pará.Algumas obras são cópias e as que têm valor foram declaradas no meu imposto de renda. Foram pagas com transferências bancárias e tenho suas notas fiscais. Todo o meu patrimônio é absolutamente compatível com a renda que auferi com meu trabalho ao longo deste tempo”, escreveu Beltrame.

Ele ainda informou que, com relação aos respiradores, os valores pagos foram devolvidos ao governo do Pará.

Operação Bellum

Indícios levantados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam que o governador tem relação próxima com o empresário responsável pela concretização do negócio de compras de respiradores.

As investigações apontam, ainda, que Helder Barbalho sabia que os ventiladores pulmonares que foram comprados eram inadequados para o tratamento da covid-19. O pagamento foi feito de forma adiantada.

Na época da deflagração da Bellum, Helder Barbalho disse que, quando ficou sabendo da inadequação dos equipamentos, agiu a tempo e devolveu o dinheiro aos cofres do estado.

Ainda segundo as investigações, Beltrame tentou maquiar a ilegalidade da compra dos respiradores.

G1.

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