Fernando Bezerra deu um drible no sistema que filtra indicados, mas seu apadrinhado era ficha suja
A passagem vapt-vupt de Alexandre Cabral pela presidência do Banco do Nordeste (BNB), por apenas um dia, mostrou que “fake news” são frequentes na imprensa formal. É que Cabral não foi indicado pelo “centrão” e nem mesmo pelo PL do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP): foi uma escolha de Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado e, especialista em arrumar boquinhas para apadrinhados, agiu rápido antes de o “centrão” emplacar seu indicado. O amigo do senador tinha ficha suja, acusado de irregularidades, e foi logo demitido.
O nome do PL para presidir o BNB é o diplomata Flávio Cals Dolabella, que atuou nos ministérios das Cidades e da Fazenda. O governo ainda faz um levantamento sobre a vida pregressa de Dolabella. Ele chegou a ser acusado por um delator da Odebrecht, Antonio Almeida, por receber mesada de R$15 mil para vazar cópias das atas de reuniões do Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações, do Ministério da Fazenda. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
No governo ninguém explica como Bezerra driblou o sistema que checa a vida pregressa de indicados para entronizar o enrolado Cabral no BNB.
Fonte do Planalto diz que Bezerra teve ajuda de Salim Mattar, secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, para a troca no BNB.
A presidência do BNB era uma antiga aspiração do líder do governo, que já tinha no banco alguém de sua confiança em uma das diretorias.
Bezerra sabia que a troca era questão de tempo: o presidente do BNB foi indicado por Eunício Oliveira, que não é senador desde o final de 2018.
Be the first to comment on "Suposto estudo foi retirado diante de ‘preocupações com a veracidade dos dados da pesquisa’"