O real impacto das medidas de isolamento e o teste da vacina da Covid no Brasil

Para começar esse resumo de notícias. A curva de casos e óbitos por coronavírus ainda está ascendente no Brasil. Pelo segundo dia seguido, entre terça (2) e quarta-feira (3), houve registro recorde de mortes pela doença: 1.349 em 24 horas e 28.633 infectados (veja mais dados). Apesar disso, os estados já seguem planos e diretrizes para a reabertura gradual da economia. A questão é: qual foi o efeito das medidas de isolamentos social anteriores?

Dois exemplos. Distrito Federal e Santa Catarina estão entre os primeiros que decretaram quarentena. Ambos chegaram a um índice de isolamento social acima de 62% e, atualmente, estão próximos a 50%, mesmo após a reabertura. O estado do Sul, apesar da disparada de casos após a retomada do comércio, tem um dos menores índices de mortes por Covid-19 – a capital Florianópolis está há quase um mês sem óbitos pela doença.

Paradoxo. Já os últimos estados que relaxaram isolamento estão no topo do ranking de casos e óbitos. O que deu errado e o que deu certo nesses locais? Veja as respostas na reportagem de Fernanda Trisotto. E aproveite para ouvir nosso podcast sobre o tema:

Podcast 15 minutos: Isolamento Social

Utilidade pública

Vacina. O Brasil será o primeiro país fora do Reino Unido a participar do teste em massa da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford. Ao todo, 2 mil brasileiros irão participar. O anúncio ocorreu um dia após a universidade britânica divulgar o começo da fase de testes em massa com 10 mil pessoas. Saiba mais sobre a testagem no Brasil e aproveite para ler na reportagem de Camila Abrão como será a volta de cubanos ao programa Mais Médicos para reforçar combate à Covid-19.

Cloroquina. A revista científica The Lancet – a mesma que divulgou o estudo que apontava maior risco de morte no uso da hidroxicloroquina/cloroquina entre pacientes com a Covid-19, o que levou a Organização Mundial de Saúde a suspender pesquisas – divulgou um manifesto de preocupação quanto a confiança dos dados coletados. Com os questionamentos, a OMS optou por retomar os testes clínicos. Outro estudo, este divulgado pela revista científica New England Journal of Medicine (NEJM), concluiu que hidroxicloroquina e a cloroquina não previnem o desenvolvimento da doença entre expostos ao novo vírus.

Em outros países. Os Estados Unidos registaram 25 mil casos em um dia enquanto a Europa planeja reabertura de fronteiras; saiba mais sobre o atual estágio do coronavírus pelo mundo. Além disso, o responsável pela estratégia da Suécia no combate ao coronavírus admitiu que o país nórdico “poderia ter feito mais”.

Política e economia

Economia doente. Segundo o IBGE, a atual taxa de desemprego é de 12,6%. Contudo, um estudo do banco Fibra estima taxa real de 16%.  Já relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que 8,1 milhões podem ter recebido o auxílio emergencial sem ter direito. O dinheiro deveria ser para trabalhadores informais. E com menos consumo e mais calotes, o setor elétrico recorreu ao governo para enfrentar pandemia; leia no texto de Giulia Fontes. Nesse ambiente de crise, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que as reformas econômicas podem voltar à pauta em julho.

Recriação de ministério. Correspondente da Gazeta do Povo no Congresso, Olavo Soares apurou que há um lobby para a recriação do Ministério da Segurança Pública, vinculado à pasta da Justiça. A proposta ganhou força por uma expectativa de um aumento na violência nos próximos meses; entenda os motivos e saiba quem são “os lobistas”.

Manifestações 1. Após vândalos quebrarem bancos, edifícios e até o fórum civil de Curitiba na segunda-feira (2), em um protesto contra o racismo e o fascismo, o Movimento Negro de Curitiba levou a bandeira do Brasil ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. A bandeira hasteada havia sido queimada e o adolescente suspeito do ato infracional foi apreendido nesta quarta (3).

Manifestações 2. Nos Estados Unidos ocorreu o nono dia de manifestações em protesto à morte de George Floyd, morto por um policial branco. Outros três policiais envolvidos receberam acusações pelo assassinato. Na terça, um policial negro aposentado foi morto por saqueadores nos EUA. Apesar da violência dos manifestantes, o secretário de Defesa dos EUA se opõe ao uso de militares para reprimir protestos.

O mais importante de ontem no Brasil

Colunas e artigos

Hipocrisia nas redes. Entre as leituras recomendadas do dia, a colunista Madeleine Lacsko mostra como pautas legítimas, como a antirracista, são sequestradas pela hipocrisia nas redes sociais. O pensamento vai na linha deste artigo de Paulo Polzonoff, que mostra a sedução da esquerda com palavras vazias e sentimentalismo. Já o professor de Direito e autor de A grama era verde, João Leonardo Marques Roschildt, constata o descrédito de intelectuais que deixaram as vestes de pensadores para assumirem a militância.

Desinformação. Exemplos de distorção da informação estão sempre presentes. Vamos desmistificar dois? A colunista Cristina Graeml mostra que há muitas estatísticas furadas sobre a pandemia; aprenda a interpretar os dados. Outro exemplo de distorção aproveitou o “embalo” dos protestos nos Estados Unidos para desvirtuar frases de Martin Luther King. Definitivamente, Luther King não defendia protestos violentos, confira no artigo de Kyle Smith, da National Review.

Nossa visão

Desigualdade escancarada. Os protestos desencadeados pela morte de George Floyd nos Estados Unidos já entram no nono dia consecutivo, com desdobramentos em vários países. O problema do racismo ainda é uma chaga na sociedade que não pode ser ignorada, e isso é agravado na atual pandemia. Confira nossa visão sobre o tema no novo editorial da Gazeta do Povo: A morte de George Floyd e a escalada dos protestos nos EUA.

Chama a atenção sobre os registros cada vez mais gritantes das dificuldades inerentes que populações negras nos EUA tem em atingir os índices de isolamento social recomendados pelas autoridades sanitárias. O fato pode se dever a certa assimetria de informações e hábitos culturais, mas também há outros elementos em jogo, como a baixa renda, a natureza informal da economia em muitas comunidades.

Para inspirar: gestação e isolamento social

Para gestantes. Devido às restrições da pandemia, um marido está proibido de visitar a esposa grávida no hospital. Mas ele não desanimou e organizou encontros românticos pela janela; veja como Robert Conlin fez isso. E agora vão outras dicas: a repórter Raquel Derevecki é uma das 116 milhões de gestantes que darão à luz em meio à pandemia e traz 7 dicas para aproveitar a gestação com boa saúde física e mental neste momento de isolamento social.

Tenha um ótimo dia!2COMENTÁRIOS

Confira matéria do site Gazeta do Povo.

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