No dia 09 de novembro de 2018, logo após a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República, a revista Crusoé fez matéria onde denunciava os possíveis interesses escusos do empresário Paulo Marinho no governo Bolsonaro.
Na publicação, tratava o recém-eleito suplente na chapa senatorial de Flávio Bolsonaro como “O candidato a lobista-geral da República”.
A primeira frase da matéria, assinada pelos jornalistas Caio Junqueira e Filipe Coutinho dizia o seguinte:
“Saiba quem é Paulo Marinho, o empresário carioca que já é apontado como possível fonte de problemas para o futuro governo. Ele está sempre perto de onde há poder e dinheiro. Já foi próximo até dos petistas.”
Na sequência, o texto descrevia as ligações do empresário com o criminoso José Dirceu:
“Na véspera da cassação do petista José Dirceu, em dezembro de 2005, um deputado federal que participaria da votação secreta no dia seguinte recebeu um telefonema em que o interlocutor o convidava para uma reunião que ocorreria horas depois em uma mansão no Lago Sul, em Brasília.
Ao chegar, lá estavam Dirceu, Luiz Eduardo Greenhalgh, seu advogado e correligionário, e o dono da casa e autor do telefonema: o carioca Paulo Marinho, hoje um dos empresários mais próximos do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
A ideia era tentar angariar votos para impedir a iminente cassação. Marinho, amigo de Dirceu, estava empenhado na missão, que se mostraria infrutífera.”
E a matéria prossegue com revelações assombrosas:
“Em Brasília, nos tempos em que plantou os negócios que lhe renderiam as polpudas comissões, Paulo Marinho mantinha uma intensa relação com o universo político. Passaram por sua casa gente como José Sarney e Dilma Rousseff, na ocasião, respectivamente, presidente do Senado e ministra de Minas e Energia. Um dos negócios que ele intermediava era a compra da Varig.”
Um outro momento do texto é revelador:
“No auge da era Lula, por exemplo, fez contatos com empresários interessados em viabilizar o notório filme em homenagem ao ex-presidente — sim, o homem de Bolsonaro já foi um lulista empenhado.”
Na realidade o “homem de Bolsonaro” nunca galgou esta condição. Aproximou-se de Flávio com esse objetivo, mas foi barrado pelo crivo do presidente da República.
Como não conseguiu viabilizar seus negócios no governo, como não conseguiu ser o “lobista-geral da República”, agora tenta derrubar o governo.
Parece óbvio que os objetivos de Paulo Marinho, um sujeito habilidoso e sedutor, são meramente financeiros. O que pretende é ganhar dinheiro, como sempre fez nos governos anteriores.
Desta feita não deu certo.
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