Bom dia queridas irmãs e irmãos, cunhadas e cunhados!
Em 15 de maio de 1980, partia o nosso saudoso e querido genitor João Amaro Bezerra, homem honesto, simples, trabalhador e pai de uma numerosa família, o qual, junto com a nossa querida mãe Mundinha, souberam criar, educar e deixar em cada filho a marca indelével de ambos: a preocupação com a educação de todos.
Em 1968, em desapego às coisas materiais e ao sucesso, como grande comerciante, bem sucedido e respeitado, para os parâmetros de uma cidade do interior, deixou nossa querida e sempre lembrada Crateús, rumo ao Planalto Central do Brasil, numa epopéia acreditada e sonhada por nossa mãe, que engendrou todo o plano de mudança do restante da família, espelhado no sucesso dos que aqui já se achavam e antevia os horizontes de melhores dias e, principalmente, da educação de todos, meta inquestionável da mestra e professora Dona Raimundinha, que previa o sucesso da família num sonho copiado de Dom Bosco.
Aqui chegou o nosso grande herói, nos idos de 1968, trazendo consigo a certeza e a esperança de melhores dias para a família Campelo Bezerra.
A foto acima retrata uma parada na estrada, do velho Simca Chambord, numa viagem que durou quase uma semana para pisar no solo Brasiliense. Vieram-lhe dias de saudade do torrão natal, e com eles a angústia por não estar ainda trabalhando, acercava nosso indócil pai, impaciente que se mostrava, sofrendo resignado até vencer os percalços iniciais e se aboletar na sua verdadeira moradia na QI 06, no Guará, conseguida pelo prestígio de nosso mano primogênito Luís Valdir, de saudosa memória.
Tempos depois, já reunido na sua nova residência, conseguiu um emprego na fiscalização da limpeza urbana e, posteriormente, na Rodoviária, onde exerceu com denodo suas atribuições, que acalmaram sua alma e animaram o seu espírito, levando para longe a angústia e a inquietação dos primeiros dias do grande trabalhador.
Veio ele para outras paragens, com a certeza do dever cumprido e a consciência de que dera o melhor de si para a sua família. Não chegou a alcançar o ápice do sucesso de sua prole em suas diversas atividades, mas, a sua visão pressentia a certeza de que o seu sonho se concretizara.
Éramos todos muito felizes com a sua presença e continuamos felizes com as suas lembranças em nossos saudosos corações. Hoje, distribuímos aos nossos filhos e netos, os ensinamentos deixados e traçados pelos nossos pais. Foram eles um grande exemplo de educadores, de honestidade, de caráter retilíneo e de simplicidade.
Orgulho-me de carregar comigo o seu nome JOÃO. Em sua homenagem, acrescentei-o ao meu filho mais novo, João Gabriel. Era pouco para o muito que ele me deixou. João Amaro Bezerra, você jamais será esquecido por todos nós e pelos seus descendentes, pelo grande e excelente pai que foi.
Que Deus continue zelando por ele lá no céu. E cá na terra, reverenciaremos sempre sua memória, por tudo que você representou e representa para todos nós seus filhos. Dá-nos a tua bênção, pai. Hoje, saudoso, rezei por você. Seu filho , João Estenio.
PLEITO DE GRATIDÃO
Meu estimado primo João Estenio: você, como um extremado e bom exemplo de filho, escreveu quase tudo sobre seu pai e meu querido tio João Amaro Bezerra. Repito quase tudo, já que posso afirmar a toda a família Campelo Bezerra, que ninguém poderá falar tudo sobre o que ele foi e representou para os que com ele conviveram, amaram e o admiraram. Sem sombra de dúvida, foi ele sempre modelo de honra, dignidade, solidariedade e altivez. Meus olhos se encharcaram de lágrimas ao ler suas sentimentais palavras recordando parte da sua vitoriosa caminhada! Confesso meu mais profundo sentimento de gratidão por tudo o que ele representou para minha vida: proporcionou-me a fixação cívica e necessária para a vida urbana; forneceu-me o sentimento da política partidária em defesa da saudosa UDN; mostrou-me, na prática, o que era solidariedade, doando todas as sextas-feiras, uma porção de alimento aos pedintes que esmolavam de porta em porta, quando passavam pelo seu armazém, apelando à caridade pública.
Na época, era o Armazém Santo Amaro, na velha e querida Crateús; mostrou firmeza ao livrar-me das garras do guarda de trânsito que queria apreender minha bicicleta Monark, por estar sem placa; imprimiu em minha alma, marcas indeléveis da civilização humana, como a música cubana, as serestas no Crateús Clube que eu o acompanhava meio assustado como um bicho do mato.E os comícios políticos? E como não relembrar sua última visita à nossa Fazenda América, nos idos do ano de 1978? Quantos ensinamentos e novidades que hoje só tenho a agradecer-lhe! Todas as lembranças que dele eu tenho, obrigam-me a guardá-las com muito carinho, incluindo-o no relicário de minhas memórias e na lista dos mais queridos em minhas orações. Pessoas como seu pai, meu estimado primo, nunca morrem; estão sempre presentes em nossas vidas, pois, com zelo e cuidados, ao longo de sua trajetória, soube escolher o que plantar, semeando sementes do bem, que germinaram suas qualidades de honradez para a eternidade!!! Neste dia que marca o início de sua viagem para a Casa do Pai, relembro-o com muita saudade e reverência; pois que, estoicamente ofereceu-me o sentido e a compreensão do mundo urbanizado que eu haveria de enfrentar.
Deixo aqui o meu fraterno abraço a todos os seus descendentes de meu estimado tio, pessoas que admiro e amo de coração. Gutemberg Mourão Campelo.
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