O presidente foi eleito para ser responsável por todas as nomeações do seu governo

A Praça dos Três Poderes, em Brasília, observada a partir do Palácio do Planalto| Foto: Rogério Melo/PR

O depoimento de Sergio Moro foi divulgado. A própria defesa do ex-ministro autorizou, o que é muito bom. Se isso não tivesse tornado público, poderiam ser vazadas algumas frases.

De qualquer maneira, o depoimento é grande e quem não se der ao trabalho de ler tudo vai ler por meio de veículos de imprensa que também pinça frases de acordo com o critério de cada um.

No último debate que tive com com Miguel Daoud, do Canal Rural, ele disse “é muita espuma para pouco sabão”, eu acho que essa frase se aplica a situação que estamos vivendo.

O delegado Tuma diz algo parecido “depois de tudo isso saiu pouco café desse bule”. Como ex-juiz de formação, Sergio Moro foi comedido, deixou bem claro que não viu crime por parte do governo e do presidente.

Eu vi no noticiário que Sergio Moro está mostrando que Bolsonaro queria interferir nos ministérios. Parece gozação essa afirmação, imagina se o presidente da República não mandasse nos ministérios.

Nenhum ministro foi eleito para o cargo, mas o presidente foi eleito para ser responsável pelos ministérios e todas as nomeações do seu governo. Parece jocosa essas afirmações por parte do noticiário.

Promoção na PF

Carlos Henrique Oliveira, ex-superintendente do Rio de Janeiro se tornou mais importante, agora ele é o executivo da Polícia Federal. Uma pessoa que estava sendo apontada como a pessoa que Bolsonaro queria tirar do cargo ganhou importância.

A investigação contra  senador Flávio Bolsonaro está no âmbito da Polícia Civil e do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro, a PF não tem nada a ver com isso. Então não há relação a ser feita.

Reação ao STF

Foram a liminar de Alexandre de Moraes impedindo a nomeação de Ramagem e a decisão de Barroso de impedir que o poder executivo expulsasse os diplomatas venezuelanos que originaram as críticas e os as manifestações do domingo.

O ministro Marco Aurélio entende de problemas que dizem respeito a independência dos poderes. Ele já passou por isso quando tentou tirar o presidente do Senado Renan Calheiros, em dezembro de 2016, e a Casa não deu a mínima.

Marco Aurélio aconselhou o presidente do Supremo a mudar o regimento interno da Corte para que não saia mais liminares de ministros isolados e quando isso acontecer a decisão teria que ser imediatamente examinada pelo plenário do STF.

São 11 juízes que integram o STF, ou seja, seria diferente. Essa resolução só aconteceria quando uma liminar interferir na administração de um outro poder seja ele legislativo ou executivo. A manifestação de domingo teve efeito.

O ministro Marco Aurélio chegou a dizer que os que se julgam semideuses talvez não vão gostar dessa mudança, e disse que se os outros ministros tiverem juízos e percepção do contexto mudarão.

O contexto é a revolta da população em relação ao STF interferindo em atos do poder executivo. Mas essa interferência já está acontecendo há algum tempo. Está na hora da Corte dar uma pensada porque a praça é dos Três Poderes.

Agressão a jornalistas

Falou-se muito sobre a agressão a um fotógrafo do Estadão durante a manifestação de domingo. Chegaram a dizer que o ato foi uma agressão aos jornalistas, mas foi a um fotógrafo só.

Mas o cidadão, Gustavo Gaia, que estava do lado disse que viu o fotógrafo em cima de uma escadinha tentando trabalhar e na frente dele tinha um manifestante que passava a bandeira que segurava toda hora na frente da câmera.

Neste momento, o fotógrafo pegou a bandeira e os dois começaram a discutir. Foi por conta dessa discussão que houve uma aglomeração, os empurrões e a expulsão ao profissional do local.

A situação virou uma catástrofe. Saiu uma nota do Ministério da Defesa. O presidente também falou. Esse empurrão e a expulsão do fotógrafo virou algo grande, acho que a gente tem que se ater aos fatos.

Confira matéria do site Gazeta do Povo.


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