O governo federal está se preparando para o cenário pós-pandemia da Covid-19 e lançou o programa Pró-Brasil, cujo objetivo é gerar emprego e recuperar a infraestrutura do país em resposta aos impactos trazidos pelo combate ao novo coronavírus. A proposta terá sua implantação começando em larga escala a partir de outubro e deve movimentar mais de R$ 250 bilhões em investimentos.
O cronograma de elaboração do programa foi apresentado pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto. Também capitaneia as ações o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.
O programa tem dois eixos — Ordem e Progresso —, prevendo investimentos estruturantes e ações estratégicas do setor público, além de priorizar obras públicas e parcerias com o setor privado. Além de infraestrutura, o governo vai mirar em desenvolvimento do setor produtivo, capital humano. No caso da infraestrutura, os principais setores são transporte, logística energia, mineração, desenvolvimento regional em cidades e telecomunicações.
Pró-Brasil terá investimentos bilionários
Apesar de o ministro Braga Netto dizer que as propostas ainda estão sendo estruturadas pelo governo, e não querer apresentar estimativas de volume total de investimentos nem o número de empregos a serem gerados, já há indícios da ambição da proposta.
De acordo com o ministro Tarcísio Freitas, apenas os projetos de concessões e privatizações coordenados pela sua pasta preveem investimentos de R$ 250 bilhões. “Vamos dar continuidade a coisas que já estavam andando, por exemplo, o vigoroso programa de concessões”, declarou. Além desse montante, o ministro estima que mais R$ 30 bilhões em investimentos podem ser feitos por meio de obra pública.
Como vai funcionar a articulação entre os ministérios
Todos os ministérios vão poder fazer propostas para o programa. Segundo Braga Neto, a aceitação do programa foi unânime em todas as pastas. “O ministro Paulo Guedes (da Economia) estava hoje na reunião. Todos os ministros foram favoráveis ao programa. Sem nenhum problema”, disse.
O ministro negou também que o programa seja uma espécie de Plano Marshall. “Não existe nenhum plano Marshall. Existe o pró-Brasil. Plano Marshall é outra coisa. Isso não é um programa de recuperação econômica. É de crescimento econômico”, disse Braga Netto, que ao longo da resposta, usou depois algumas vezes a palavra recuperação econômica. “É para toda essa infraestrutura que foi atingida pelo coronavírus. Todos os ministérios estão envolvidos”, acrescentou.
A primeira reunião de trabalho será na próxima sexta-feira, quando cada ministro vai levar as suas propostas. A fase de estruturação será feita entre maio a julho. Os detalhes dos projetos serão feitos em setembro para a implantação a partir de outubro.
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