Crenças em meio ao coronavírus

INÁCIO AGUIAR

Dois pesquisadores cearenses estão elaborando uma das primeiras pesquisas científicas que podem dar ao poder público informações importantes sobre o comportamento e as crenças da população brasileira (com recorte no Ceará) em relação ao coronavírus. Os dados devem ajudar a administração pública a conduzir políticas públicas e investimentos para tentar controlar com mais certeza os efeitos nefastos do vírus. Uma das constatações do estudo, que foi aprovado e será publicado em maio na Revista Científica Ciência e Saúde Coletiva, é de que os homens, pessoas com ensino fundamental completo ou incompleto, geralmente pertencentes às faixas de mais baixa renda, com mais de 80 anos e que residem no interior, formam o perfil, pelas crenças e o comportamento, de pessoas mais vulneráveis ao coronavírus. A pesquisa dos professores Danilo Lopes Ferreira Lima e Jiovanne Rabelo Neri da graduação e do mestrado da Universidade de Fortaleza e da Unichristus, aponta uma associação entre os homens e a resistência às medidas de isolamento social e gerou a constatação de que idosos têm isolamento parcial devido ao fluxo de pessoas em casa.

Senso comum

De acordo com os dados, a maioria dos entrevistados, 79,2%, não crê que tenhamos, no País, proteção diferente ao vírus em relação a outros locais do mundo. Nesse questionamento estão aspectos do senso comum como o clima quente favorecer a diminuição da pandemia, o fato de termos viroses com frequência dificultar o avanço do vírus ou mesmo a convivência com questões sanitárias ruins. A Prefeitura de Fortaleza já solicitou o estudo para avaliação e uso dos dados.

Só nos bastidores

Na Assembleia Legislativa, parte dos deputados estaduais, nos bastidores, até concorda com uma redução de 50% nos salários para destinar os recursos ao combate do coronavírus. Entretanto, ninguém se prontificou ainda para apresentar projetos neste sentido. Alguns dizem esperar pelo presidente José Sarto (PDT), que sugeriu a medida recentemente. Até o momento, sem sinalização.

Em calamidade

A Assembleia, por sinal, vai realizar sessão plenária virtual amanhã, sexta-feira (3), para deliberar sobre o estado de calamidade da Capital cearense e do Estado.

O estado de calamidade decretado por Camilo Santana trouxe certo alívio entre prefeitos cearenses. Há uma reclamação de que medidas como a distribuição de cestas básicas tragam problemas às gestões públicas municipais. Muitos precisam decretar também estado de calamidade, mas ainda está se discutindo o formato. Se cada um envia individualmente ou outra alternativa.

Hospitais de campanha serão cada vez mais comuns no Brasil, disse ontem o ministro da Saúde. Fortaleza prepara o PV para essa missão humanitária. São Paulo fez isso com o Pacaembu, Nova York transformou o Central Park e a China foi aplaudida quando divulgou para o mundo a grande estrutura que estava montando. Não é momento para politicagem. A campanha eleitoral vai chegar!

Inácio AguiarAnálise da conjuntura política, bastidores e tudo sobre o clima eleitoral.

Confira matéria do Site Diário do Nordeste

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