Ex-jogador e irmão são investigados no Paraguai por apresentarem documentos paraguaios adulterados.
Autoridades do Paraguai investigam o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira, por supostamente entrarem no país com passaportes e documentos paraguaios adulterados na quarta-feira (5).
O Ministério Público paraguaio tenta entender qual a origem dos documentos forjados e por que o ex-atleta ingressou no país com eles. Além disso, as autoridades apuram como Ronaldinho e o irmão não foram detidos ao chegarem no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, o principal do Paraguai. A crise fez o chefe do Departamento de Migrações pedir demissão.
À noite, o Ministério Público do Paraguai decidiu não acusar Ronaldinho e Assis por terem entrado no país com passaportes adulterados. De acordo com os promotores, os dois admitiram o erro — e, assim, a promotoria entendeu que eles “foram enganados em sua boa fé”.
O que ainda não está claro?
A dúvida existe porque brasileiros precisam apenas da carteira de identidade original para entrar em países do Mercosul — caso do Paraguai. Não há necessidade sequer de um passaporte. Além disso, não está claro qual seria o interesse dos dois irmãos em obter a cidadania paraguaia.
Adolfo Marín, um dos advogados de Ronaldinho, afirma que o próprio ex-jogador não entendeu o porquê de ter recebido o documento. “Ele teria a documentação necessária para entrar no país sem nenhum problema”, afirmou.
De acordo com o Ministério Público, os documentos foram emitidos entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020. Os promotores dizem ainda que os passaportes foram entregues na chegada ao território paraguaio — porém, a defesa de Ronaldinho Gaúcho no Paraguai disse que ele e o irmão receberam os papéis ainda no Brasil.
Nesta noite de quinta, o Ministério Público anunciou a prisão de duas mulheres: María Izabel Gayoso e Esperanza Apolinia Caballero. Elas são acusadas de serem as reais titulares dos documentos adulterados.
Além disso, o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, foi preso apontado como o suposto fornecedor dos documentos.
Porém, as autoridades ainda investigam como o documento foi fabricado e por que foram repassados a Ronaldinho Gaúcho e Assis.
Ao anunciar a demissão do cargo, o diretor geral do Departamento de Migrações, Alexis Penayo, disse que um funcionário permitiu a entrada de Ronaldinho Gaúcho e Assis mesmo com os documentos adulterados.
Ele confirmou que o procedimento no aeroporto detectou as irregularidades, mas somente horas depois o Ministério do Interior e a Polícia Nacional começaram as investigações.
Penayo afirmou que pediu uma investigação para determinar quais funcionários estavam no controle de passaportes do aeroporto no momento da entrada dos brasileiros e apurar por que eles não foram detidos ainda no ingresso ao Paraguai.
Os advogados de Ronaldinho Gaúcho no Brasil e no Paraguai disseram que ele pode retornar e que não está com restrição de trânsito. O MP decidiu não acusar o ex-jogador e o irmão porque a Promotoria entendeu que os dois admitiram o erro e, portanto, “foram enganados em sua boa fé”.
O caso, no entanto, irá ao Juizado Penal de Garantias do país e, portanto, a decisão final será de um juiz. Ao jornal “ABC Color”, o promotor Federico Delfino comentou a posição do MP.
“O senhor Ronaldo Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho, aportou vários dados relevantes para a investigação e atendendo a isso, foram beneficiados com uma saída processual que estará a cargo do Juizado Penal de Garantias”, afirmou o promotor.
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