Celso Pinto, jornalista e um dos criadores do ‘Valor Econômico’, morre em São Paulo aos 67 anos

Celso Pinto — Foto: Tuca Vieira/Folhapress

Jornalista passou pela ‘Folha de S. Paulo’ e chefiou a redação da ‘Gazeta Mercantil’. Em 2000, fundou o ‘Valor’ e foi responsável pela estruturação da linha editorial do jornal.

Celso Pinto, um dos principais jornalistas de economia do país e criador do jornal “Valor Econômico”, morreu nesta terça-feira (3), em São Paulo, aos 67 anos. Internado há 15 dias com um quadro de pneumonia, foi vítima de infecção pulmonar, informou o “Valor Econômico”.

O jornalista e sociólogo comandou a redação do “Valor Econômico” entre 2000, ano de criação do jornal, e 2003. Também integrou o Conselho Editorial da “Folha de S. Paulo” até março de 2019.

Em 46 anos de carreira, Celso Pinto atuou em alguns dos principais veículos impressos do país. Nascido em 1953, ele se formou em Jornalismo pela Cásper Líbero e Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP).

Seu primeiro trabalho como repórter foi na “Folha de S. Paulo”, em 1974. Da “Folha”, seguiu para a extinta “Gazeta Mercantil”, jornal sobre economia e mercado, em que foi repórter em São Paulo e Brasília, correspondente em Londres e editor-chefe. Voltou para a “Folha” em 1996, como colunista e editorialista.

Em 2000, lançou o jornal “Valor Econômico” – uma parceria do Grupo Folha e do Grupo Globo, que em 2016, assumiu integralmente a publicação. Celso Pinto se tornou seu primeiro diretor de redação e comandou a estruturação de sua linha editorial. Montou, em cinco meses, ao lado de Vera Brandimarte e Carlos Eduardo Lins da Silva, a equipe de 160 jornalistas e a base do jornal.

A primeira edição, publicada em maio de 2000, teve quase 150 páginas. O “Valor” viria a se tornar o jornal de economia, finanças e negócios mais influente do país – uma referência para formadores de opinião, políticos e empresários.

Celso Pinto se afastou da direção do jornal em 2003, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Analisou, principalmente, a macroeconomia brasileira, com diversos artigos sobre políticas monetária e cambial. Por 30 anos, frequentou reuniões dos principais órgãos econômicos mundiais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. Conhecido pela precisão e com fontes influentes, dentro e fora do país, virou referência no jornalismo econômico.

Cobriu o lançamento e os desdobramentos do Plano Real, em 1994, e foi convidado pelo economista Pérsio Arida para integrar a equipe econômica liderada por Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda. Mas recusou o convite.

Em 2009, a Publifolha e o “Valor” lançaram um livro que reunia 90 análises de Celso Pinto sobre a política econômica do Brasil dos anos 1980 aos 2000, chamado “Os desafios do crescimento – dos militares a Lula”, que teve todas as cópias da primeira edição vendidas.

O jornalista deixa a mulher Célia de Gouvêa Franco, com quem teve dois filhos, Pedro e Luis.

O vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo e presidente do Conselho Editorial, João Roberto Marinho, disse: “Nós, companheiros do Grupo Globo, lamentamos a perda do grande jornalista Celso Pinto, responsável pela criação do jornal Valor Econômico. Celso será lembrado não só pela precisão de suas análises econômicas, mas principalmente pela ética no exercício da profissão e por sua capacidade de liderança”.


Confira matéria do site G1.

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