Ministro Weintraub se sai bem no Senado e é atacado pelos motivos errados

Você tem todo direito de não gostar do estilo do ministro da Educação. Eu não gosto. Mas é preciso separar as coisas: o grosso do ataque que ele vem recebendo não tem nada a ver com problemas concretos de gestão. Estes existem, mas nada que justifique a grita exagerada, sem falar do pedido de impeachment.

Weintraub é alvo de tantos ataques pois tocou numa ferida ao expor a guerra cultural existente no setor, aparelhado por esquerdistas radicais que usam as salas de aula como laboratório social e máquina de lavagem cerebral, além de esquema carreirista para a patota vermelha. É por isso que querem sua cabeça.

É perfeitamente legítimo discordar dos métodos do ministro, de sua reação. Mas é bobagem fingir que o problema ideológico não existe, que basta uma “gestão eficiente” para resolver os problemas de nosso ensino público. O resultado de décadas de “especialistas” pedagogos no comando do MEC está aí para quem quiser ver, e é simplesmente vergonhoso, catastrófico.

Não quer dizer, claro, que Weintraub seja o homem certo para iniciar a solução. Mas seu diagnóstico ao menos é mais acurado do que o da imensa maioria, que pede apenas mais recursos públicos e ponto. É preciso gastar melhor, não mais. É preciso trazer a iniciativa privada para parcerias. É preciso chacoalhar a estabilidade da patota nas reitorias. É preciso impor maior disciplina. É preciso ensinar as matérias com mais objetividade e menos ideologização.

Alguns acusam o ministro de ser tão ideológico quanto o PT, de sinal trocado. Pode até ser, mas nesse caso seria necessário reconhecer que foram décadas e décadas de doutrinação do lado esquerdo. Toda essa grita por conta de um ano de gestão mais à direita? Não soa no mínimo estranho? É típico de uma turma acomodada vendo sua hegemonia ameaçada, e é isso que tanto assusta e produz pânico, a ponto de partirem para uma medida desesperada de impeachment sem qualquer embasamento.

Weintraub se saiu bem no Senado, para o horror dos “progressistas”. Deu boas alfinetadas na turma, tirou o senador Randolfe Rodrigues do sério, manteve a calma e a objetividade nas respostas, expôs o duplo padrão hipócrita de muitos presentes. Ele esfregou na cara dos esquerdistas as falhas do MEC e a ideologização durante a gestão petista, quando esses “guerreiros pela educação” deviam estar hibernando junto com ursos lá no Polo Norte…

O ministro deu ainda uma alfinetada no “metacapitalista do setor de cerveja” que financiou alguns políticos que agora criticam a gestão do MEC. Tabata Amaral sentiu? Ele também mencionou muito a sua integridade, lembrando que não rouba, ao contrário da gestão petista, e que sequer contrata namorada para cargos, ao contrário do que certa deputada fez…

Weintraub pode ser meio fanfarrão, pode ser olavista, pode até mesmo carecer de competência para tocar uma pasta como a do MEC. Tudo isso é opinião legítima para um bom debate. Mas ele é fritado pelos motivos errados. Não é pelo vídeo dançando, ou por mostrar sua cicatriz, tampouco por escrever “imprecionante”, em que pese o deslize imperdoável. Ele é odiado por declarar guerra aos vermelhinhos que ocupam o MEC há décadas, ponto.

E é justamente por isso, ainda mais agora que partiram para o “tudo ou nada” e apelaram para o “tapetão” com o pedido de impeachment, que Weintraub merece apoio. Fazer coro com Tabata e companhia num momento desses seria bancar o inocente útil da esquerda, passar-se por liberal limpinho numa hora em que a patota tenta destruir não um ministro tosco, mas o que ele representa ali, ou seja, o combate ao esquema de aparelhamento e doutrinação ideológicos no MEC. É com isso em mente que digo: #FicaWeintraub.

Confira matéria do site Gazeta do Povo.

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