Escassez tem sido causada pela crise cambial e pelas sanções dos EUA em retaliação ao apoio à Venezuela
HAVANA – Cuba está passando mais uma vez por escassez de combustível, o que vem causando longas filas nos postos de gasolina em todo o país. Os cubanos também estão tendo dificuldades para obter itens de higiene pessoal e outros produtos básicos, como detergente e papel higiênico.
O abastecimento de diesel e gasolina tem sido instável desde setembro, quando as autoridades informaram que as novas sanções impostas pelos EUA estão dificultando a chegada dos petroleiros à ilha. Mas a crise se agravou desde o final da semana passada.
Por enquanto, o governo cubano não fez declarações para explicar se novas medidas ou restrições serão adotadas, embora os gerentes de alguns postos de gasolina estejam explicando aos clientes que eles só têm uma quantidade limitada de combustível diário para vender aos que pagam em dinheiro.
Uma vez esgotada essa quantidade, é preciso esperar até o dia seguinte, pois o restante do fornecimento é reservado para o governo e veículos com cartões pré-pagos.
Desde que os problemas começaram, aplicativos de celulares, como WhatsApp e Telegram, assistiram a uma proliferação de grupos em que os usuários compartilham informações sobre onde existe combustível, qual o tamanho das filas e onde um petroleiro chegará em breve para reabastecer.
Em setembro de 2019, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, anunciou que o país enfrentava uma complicada situação energética “temporária” e adotou uma série de medidas. Os EUA pressionavam as companhias marítimas para evitar que o combustível chegasse a Cuba em retaliação por seu apoio à Venezuela, seu principal fornecedor. Nos últimos meses, Washington aplicou novas punições contra o país que tiveram grave impacto na economia, em retaliação ao seu apoio ao presidente Nicolás Maduro.
Os altos e baixos pelos quais Cuba está passando também têm causado problemas no abastecimento de outros produtos, como higiene e limpeza. Entre os mais procurados estão o papel higiênico e o detergente, cuja presença nas lojas é intermitente.
Em meio à crise cambial que assola o país, o governo anunciou que dará prioridade à compra de combustível e alimentos. O país importa US$ 2 bilhões por ano em comida, o que corresponde a 80% do consumo total de Cuba. /EFE.
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