O presidente Donald Trump fez o tradicional discurso no State of the Union nesta terça. Normalmente, trata-se de um momento de união, de busca de denominadores comuns que possam deixar de fora as diferenças partidárias.
Trump, ao entregar o discurso escrito para a líder da Câmara Nancy Pelosi, não a cumprimentou. Ele vira-se rápido e talvez não tenha visto a mão que a democrata estendeu depois. Ou pode ter sido algo intencional, já que ambos não se falam direito desde outubro, principalmente por conta do impeachment.
O discurso em si foi muito bom, excelente mesmo. Trump começou destacando as conquistas no campo econômico, com a retomada do crescimento, a menor taxa de desemprego da história para minorias e o resgate do sentimento patriótico dos americanos.
Houve momentos comoventes também, como de praxe, com as homenagens. Uma delas foi a um herói negro, aplaudido de pé pela imensa maioria – alguns democratas, todos vestidos de branco, recusaram-se a aplaudir qualquer coisa.
Em outro momento tocante, uma mãe foi homenageada com sua filha de dois anos, que nasceu prematura e sobreviveu. Trump aproveitou o momento para anunciar o investimento de $50 milhões em pesquisas para ajudar nascituros e condenar o aborto. Efusivos aplausos, e novamente muitos democratas imóveis.
Outro ponto alto foi quando Trump reforçou, uma vez mais, que a América jamais será socialista. Infelizmente esse alerta se faz necessário numa época em que os democratas radicalizam cada vez mais sua mensagem. Corremos o risco de ter Bernie Sanders, um socialista, como adversário de Trump.
A postura dos democratas mostra como o partido perdeu a capacidade de conciliar, de lidar com Trump como um presidente legítimo. É uma conduta antiamericana, incapaz de buscar qualquer elo comum. O Partido Democrata, que já foi do católico anticomunista JFK, virou um antro de esquerdistas radicais. Não é mais como uma PSDB para os padrões brasileiros; parece mesmo um PSOL!
O povo percebe e reage. A novela do impeachment mesmo foi como um tiro no pé e teve um efeito bumerangue, voltando-se contra os democratas. Uniu os republicanos e a população ficou indiferente.
Para piorar, a confusão no caucus de Iowa, que abre as primárias democratas, deixou uma marca vergonhosa na largada. Mesmo a imprensa “progressista” teve de reconhecer o fiasco. E querem administrar uma nação complexa como os Estados Unidos!
Por fim, ao término do discurso, Nancy Pelosi rasgou o impresso que tinha em mãos, diante de Trump e do vice Pence. Foi massacrada nas redes sociais. Foi defendida pela CNN, que tentou justificar a atitude indefensável como uma reação legítima diante das “mentiras” do presidente.
Democratas e mídia mainstream perderam a mão, passaram dos limites, deixaram a patologia dominar a razão. Agem como tribos radicais diante de uma terrível ameaça fascista, que não encontra qualquer fundamento na realidade. O povo americano identifica a loucura. E Trump fica cada vez mais perto da reeleição, para desespero dos democratas e jornalistas…
Rodrigo Constantino
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.
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