Com 70% da produção voltada à exportação em 2019, empresa quer ampliar participação nacional
De olho na demanda do mercado interno, a fabricante de pás eólicas Aeris, instalada no Pecém, se prepara para alcançar patamar recorde de produção em 2020. A empresa, que já havia ampliado de 2,5 mil para 3,5 mil o número de colaboradores em 2019, agora espera chegar em 2020 à marca de 4,8 mil funcionários. Com o reforço, a pretensão é produzir cerca de mil pás a mais este ano.
De acordo com o diretor da Aeris, Vitor Santos, 70% da produção no ano passado foram destinados à exportação. Este ano, porém, deve ficar equilibrada entre mercado externo e interno.”A gente deve voltar para algo em torno de 50%/50%”, detalhou ele em entrevista durante o I Workshop de Responsabilidade Social promovido pela Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp).
“O ano de 2016 foi crítico, porque foi o primeiro ano no qual ocorreram cancelamentos dos leilões de energia que eram organizados pelo Governo (Federal) todos os anos. Naquela época, foi um baque porque perdemos um dos pilares que sustentavam o nosso negócio”, explicou.
Em 2017, as atenções se voltaram à exportação. “Começamos exportando uma quantidade significativa de pás. Em 2018, esse número aumentou e 2019 foi o ápice, o que vai mudar um pouco em 2020, porque com a retomada dos leilões em 2017 e 2018, aquilo que foi contratado há dois anos é o que a gente precisa entregar agora”, diz.
Produção
Com isso, Vitor prevê reforçar a produção – inclusive das pás maiores, que chegam a 74 metros de comprimento. De acordo com ele, nos últimos anos, a produção ficou estável, em torno de 1,5 mil pás. Para 2020, a previsão é fabricar cerca de 2,5 mil unidades.”Ano passado, foi 70% para exportação e este ano a gente volta a virar. Dependendo de como a gente acelerar esses projetos novos, talvez a gente se volte de novo preponderantemente para o mercado nacional”.
No ano passado, a Aeris investiu R$ 120 milhões para ampliar a capacidade. “A gente vem comprando terrenos em volta da Aeris e crescendo com nossos prédios e capacidade instalada”, detalha Vitor.
Gargalos
Apesar das projeções positivas, Vitor lamenta a falta infraestrutura viária para o transporte dos produtos, que ficam mais sujeitos a avarias durante o trajeto até o Porto do Pecém, de onde as pás saíram no ano passado, sobretudo, para os Estados Unidos.
“Principalmente esse eixo do Porto do Pecém, a gente tem dificuldade de transportar as pás, porque apesar da dimensão, é um produto sensível, feito para determinado tipo de operação e não para ficar pulando na estrada. Então, a gente tem casos nos quais acontece algum tipo de dano e é preciso remediar enviando alguém para fazer o reparo em campo”, detalha.
Ele lembra que normalmente após a quadra chuvosa há um movimento de reparo na via, mas que não foi o que ocorreu no último ciclo. “Estamos já entrando na segunda quadra chuvosa e não houve nenhum movimento, então é de fato preocupante para nós”, arremata.
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