Subprocurador-geral José Adounis Araújo Sá pediu mais 60 dias para encerrar inquérito da Operação Compensação, deflagrada com base na delação de Joesley Batista
O subprocurador-geral da República José Adonis Araújo Sá pediu à ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber que estique, por mais 60 dias, inquérito que mira a suposta compra do apoio do Partido Progressista pelo PT com R$ 42 milhões da J&F. Entre as diligências pendentes, está a oitiva do ex-tesoureiro do partido, e prefeito de Araraquara, Edinho Silva.
A delação dos executivos da J&F detalha supostos repasses a partidos para garantir o apoio à reeleição da petista. Ao MDB, teriam sido R$ 40 milhões, investigados no âmbito da Operação Alaska, que mirou Renan Calheiros e Eduardo Braga. A Operação Compensação mirava somente os repasses aos progressistas.
Segundo o relato do executivo Ricardo Saud, a pedido de Edinho, o Grupo J&F realizou pagamentos para “comprar” o apoio político do Partido Progressista e também dos emedebistas. Ao PP, os pagamentos teriam sido acertados por meio do senador Ciro Nogueira – alvo da Compensação.
A maior parte teria sido paga diretamente ao partido, em doações declaradas. Outra teria sido viabilizada por meio de um supermercado, que teria sido usado como laranja pela J&F. O dono do estabelecimento confessou ter entregue R$ 5 milhões em mochilas ao irmão do senador, que nega.
Em depoimento, Ciro Nogueira afirmou que Joesley teria pedido a ele que apoiasse Aécio Neves (PSDB), adversário derrotado por Dilma em 2014, o que foi negado por ele. Também negou ter recebido propinas para apoiar o PT. O subprocurador-geral quer convocar executivos Joesley Batista e Ricardo Saud para esclarecer possíveis contradições.
Também quer análise mais aprofundada sobre o material apreendido nas empresas de Nogueira, e afirma ser ‘salutar a oitiva de Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, em 2014, e suposto interlocutor do Partido dos Trabalhadores’.
COM A PALAVRA, EDINHO SILVA
A campanha da presidenta Dilma 2014 agiu dentro da legalidade. A tese da compra de apoios não tem nenhuma lógica, já que o PP, como os demais partidos, participava do governo Dilma, ocupando inclusive ministérios, e tinha interesse direto da sua reeleição.
Assessoria Edinho Silva
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