Há 75 anos, Auschwitz era libertado

Tropas do Exército Vermelho conversam com prisioneiros na libertação do campo nazista FOTO: HISTORIA S.XX Y XXI

Símbolo do Holocausto dos judeus, o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau foi o maior centro de assassinatos criado pelos nazistas alemães durante a 2ª Guerra

Renata Tranches

Se escondendo em navios de guerra, porões e no meio do mato, o casal Yvette e Gyorgy Galfi conseguiu fugir do nazismo e escapar da morte. No Brasil, eles se conheceram e construíram uma família.

Símbolo máximo do horror

Historiadores estimam que 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas em Auschwitz-Birkenau

O campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau é o símbolo do Holocausto dos judeus, porque foi o maior centro de assassinatos criado pelos nazistas alemães durante a 2ª Guerra.

O número exato de vítimas não é conhecido com certeza, embora os historiadores calculem que 1,1 milhão de homens, mulheres e crianças – 1 milhão dos quais eram judeus – tenham morrido no campo entre 1940 e 1945. As outras vítimas eram poloneses, ciganos e prisioneiros soviéticos.

O campo de Auschwitz, na cidade polonesa de Oswiecim, 50 km a oeste de Cracóvia, está localizado a 3 km de Birkenau, construído a partir de 1940 e se tornou o principal local, em 1942, de extermínio de judeus dentro da estrutura da “solução final” nazista. Abrigava quatro câmaras de gás e quatro fornos crematórios.

Trilhos por onde centenas de milhares de pessoas foram levadas diretamente para as câmaras de gás de Auschwitz – MARKUS SCHREIBER/AP

Os judeus, que chegaram a Birkenau em trens de carga de animais, eram direcionados principalmente para as câmaras de gás depois de uma “seleção” que ocorria na rampa de entrada, onde se reservavam o direito de permanecer vivo provisoriamente para aqueles que tinham condições físicas para trabalhar como escravos.

Em 27 de janeiro de 1945, 7,5 mil prisioneiros que ainda estavam no campo foram libertados pelo Exército Vermelho. Antes de fugir, os nazistas ficaram encarregados de destruir sua fábrica sinistra e vários prédios daquele complexo de 42 km² que incluía três campos e foram, em parte, construídos pelos próprios prisioneiros.

Desde 1947, esse local, símbolo da barbárie humana, é classificado como monumento nacional polonês, abriga um museu – Auschwitz-Birkenau -, administrado por um comitê internacional e, em 1979, foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.

A pedido do governo polonês, o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco aprovou em 2007 uma modificação do nome oficial de Auschwitz, que foi renomeado como “Auschwitz-Birkenau, campo de concentração e extermínio nazista alemão (1940-1945)”.
Varsóvia solicitou a mudança de nome para combater o surgimento, na mídia estrangeira, de expressões como “campos de concentração poloneses” ao se referir aos campos construídos pelos alemães no território da Polônia ocupada.

Com informações da AFP

Crianças sobreviventes do campo de Auschwitz no dia em que foram libertadas por soldados do Exército Vermelho
FOTO: TASS PHOTO TASS
Em 27 de janeiro de 1945, 7,5 mil prisioneiros que ainda estavam no campo foram libertados pelo Exército Vermelho
Judeus celebram a libertação de Auschwitz, depois de terem escapado da morte no campo de horror
FOTO: NATIONAL ARCHIVES AND RECORDS ADMINISTRATION, COLLEGE PARK, MD
Ex-prisioneiros deixam para trás a famosa frase dos portões dos campos nazistas: Arbeit macht frei (O trabalho liberta)
FOTO: USHMM.ORG
Mulheres e crianças sobreviventes se preparam para deixar Auschwitz
FOTO: USHMM.ORG

Projeto de brasileira em parceria com museu de Auschwitz ganha documentário

Em ‘Faces of Auschwitz’, Marina Amaral colore fotografias de vítimas do Holocausto

Thaís Ferraz/Especial para o Estado

Criado há dois anos como acervo digital, o projeto Faces of Auschwitz, desenvolvido pela brasileira Marina Amaral em parceria com o Auschwitz-Birkenau Museum, virou também documentário e ganha seu primeiro trailer na segunda-feira, 27, Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.

No projeto, Marina e equipe colorem fotos de vítimas que foram levadas ao campo de concentração. A equipe tem à disposição 39 mil fotos, mantidas pelo museu.

Czesława Kwoka nasceu em agosto de 1928, em Wólka Zlojecka, uma pequena vila em uma região que caiu sob o domínio de Hitler. Como a mãe, era católica, grupo que também foi perseguido pelo Nazismo Foto: Marina Amaral/ Faces of Auschwitz

Curiosamente, a maioria dos registros foi feita pelos próprios prisioneiros do campo de concentração, a mando dos nazistas.

Além de colorir fotos, o projeto busca resgatar histórias dos prisioneiros de quem, às vezes, não são conhecidos nem mesmo os nomes. O documentário, gravado na Polônia, retrata esse processo.

Confira matéria do site Estadão.

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