Arábia Saudita condena cinco pessoas à morte pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi assassinado no dia 2 de outubro no consulado saudita em Istambul Foto: Middle East Monitor / Reuters

Outras três pessoas já tinham sido condenadas pelo mesmo crime; Khashoggi morreu em 2 de outubro do ano passado no consulado da Arábia Saudita em Istambul

Tribunal da Arábia Saudita condenou cinco pessoas à morte por participação no assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Outras três pessoas já tinham sido condenadas pelo mesmo crime. Todos ainda podem recorrer da decisão.

O assassinato de Khashoggi, colunista do Washington Post, desencadeou a maior crise diplomática da Arábia Saudita desde os ataques de 11 de setembro, quando o reino foi alvo de ofensa ao se saber que 15 dos 19 terroristas que perpetraram os ataques eram cidadãos sauditas.

O porta-voz da Procuradoria-Geral saudita, Shalaan al Shalaan, que fez o anúncio, também disse em entrevista coletiva que o conselheiro do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Saoud al-Qahtani, o oficial de inteligência saudita, Ahmed Asiri, e o general do consulado de Istambul, Mohamed al-Otaibi foram liberados por falta de provas. Os três eram as principais personalidades processadas no caso.

Outras três pessoas foram condenadas por encobrirem o crime, mas al Shalaan limitou-se a informar que a soma das penas dos três é de 24 anos de prisão, sem especificar quanto tempo corresponde a cada uma e nem revelar suas identidades.

Evidências apontaram que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, e outros oficiais sauditas foram responsáveis pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. O príncipe herdeiro negou qualquer envolvimento, mas disse à TV norte-americana em setembro que assumiu “total responsabilidade como líder na Arábia Saudita”.

Mohamed bin Salman
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman Foto: Cliff Owen / AP

No ano passado, a Arábia Saudita trabalhou incansavelmente para mudar de assunto depois que agentes sauditas mataram Khashoggi no consulado saudita em Istambul, num complô que, segundo conclusão da CIA, foi aprovado pelo príncipe da Coroa.

Embora as Nações Unidas e o Senado dos Estados Unidos tenham responsabilizado diretamente o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman pelo crime, o homem forte do reino não foi processado.

O julgamento dos suspeitos começou no início de janeiro, na Arábia Saudita. / The Guardian e Bloomberg

Confira matéria do site Estadão.

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