O país dos sindicatos que se chama Brasil

| Foto: Christian Rizzi/ Arquivo Gazeta do Povo

Não saiu a greve dos caminhoneiros. A CUT não conseguiu fazer uma greve para o país em véspera de Natal. O sindicato está sentindo a falta de recursos para isso. Em 2017, recebeu R$ 62 milhões e este ano vai receber “apenas” R$ 424 mil já que o imposto sindical passou a ser facultativo.

Além disso, está tramitando na Câmara uma Proposta de Emenda Constitucional que dá nova estrutura aos sindicatos. Segundo o Paulinho da Força Sindical, isso vai significar uma redução de 70% no número de sindicatos.

Se a PEC for aprovada, o Brasil vai deixar de ter 17 mil sindicatos e passa a ter cinco mil. Mesmo assim, ainda acho que o Brasil vai ser o país com mais sindicatos têm no planeta Terra.

Arquivamento

A Procuradoria-Geral da República reconheceu que não há provas suficientes para denunciar o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, concordou e mandou arquivar a nona investigação contra ele.

Mesmo assim, Calheiros ainda responde por oito investigações. Nesta que foi arquivada, ele era suspeito de receber propina usando a campanha do filho para o governo de Alagoas – quando esse foi vitorioso – e lavagem de dinheiro.

Fachin faz confusão entre a palavra evidência e indício, porque quando se tem uma evidência não precisa de mais nada, não precisa de prova, é evidente. Mas ele falou que as evidências não eram suficientes. Seria: se os indícios não fossem suficientes.

Promessa

O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, que está condenado até o final dos tempos, fez uma delação premiada na Polícia Federal, já que o Ministério Público não quer fechar, e está prometendo devolver R$ 380 milhões.

Acredite ou não, Cabral está preso, mas tem R$ 380 milhões em algum lugar deste mundo. Ele vai pegar esse dinheiro e vai devolver. Porque trabalhar para ganhar R$ 380 milhões é impossível, só se ele voltasse a ser governador do Rio e novamente fizesse o que fez até agora.

Confiança

O país está no menor risco-país desde o final do governo Lula, ou seja, desde 2010. Nós nunca estivemos abaixo de 100 pontos, mas agora nós estamos com 98 pontos. O risco-país é uma espécie de cadastro mundial mostrando que o Brasil tem baixo risco, portanto merece confiança, crédito e investimento.

Morde e assopra

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, elogiou a Lava Jato, o trabalho anticorrupção da força-tarefa e acrescentou: “mas destruiu empresas, isso não aconteceria nos Estados Unidos”.

Todo mundo que sabe ler, sabe que o que é importante de uma frase é a mensagem que está depois do “mas”, então ele está se queixando da Lava Jato, porque a operação teria destruído empresas.

Eu não lembro de empresas destruídas. Eu vejo a JBS; a Odebrecht (que até está trocando de diretoria); e as outras empreiteiras, todas estão sobrevivendo. Mas, graças a Lava Jato, interrompeu-se a corrupção neste país.

A culpa não é da Lava Jato e sim da corrupção. A culpa é das empresas, que foram coniventes e cúmplices de partidos políticos e políticos desonestos. Quase quebraram a Petrobras, atacaram fundos de pensão dos Correios e da Caixa Econômica.

Os corruptos usaram bancos estatais e empreiteiras e agora tem que assumir a culpa, que não foi de quem combateu o crime, ao contrário, viva à Lava Jato, parabéns aos policiais federais, integrantes do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Essas são pessoas que trabalharam contra a corrupção, limpando a honra deste país. Parece que o presidente do Supremo foi muito infeliz nessa afirmação.

Confira matéria do site Gazeta do Povo.

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