Lava Jato mira corrupção, tráfico de influência e lavagem em contratos de telefonia e internet

Policiais Federais chegam a Operadora de Telefonia Oi da Rua Humberto de Campos no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (10), em investigação da operação Mapa da Mina. Foto: José Lucena/Futura Press

A ação é um desdobramento da 24ª etapa da investigação, a Aletheia, que, em março de 2016, levou coercitivamente o ex-presidente Lula para depor em uma sala no Aeroporto de Congonhas

A Polícia Federal realiza na manhã desta terça, 10, a 69ª etapa da Operação Lava Jato, chamada Mapa da Mina para apurar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência envolvendo contratos de operadoras de telefonia, internet e TV por assinatura que atuam no Brasil e no exterior.

Agentes cumprem 47 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e no Distrito Federal. As ordens foram expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba e cerca de 200 policiais e 15 auditores fiscais da Receita participam das ações.

Segundo a corporação, os repasses para uma das empresas investigadas teriam chegado a R$ 193 milhões entre 2005 e 2016. Pelo menos R$ 132 milhões, segundo o Ministério Público Federal, teriam sido repassados pela Oi/Telemar em favor de empresas do grupo Gamecorp/Gol, controladas pelo filho mais velho do ex-presidente Lula, o empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, pelos irmãos Fernando Bittar e Kalil Bittar e pelo empresário Jonas Suassuna.

A ação apura ainda ‘indícios de irregularidades no relacionamento’ entre a Gamecorp/Gol e a
Vivo/Telefônica no âmbito do projeto ‘Nuvem de Livros’. A Procuradoria identificou movimentação de R$ 40 milhões entre a Movile Internet Móvel, empresa do grupo Telefonica/Vivo, e a Editora Gol entre 15 de janeiro de 2014 e 18 de janeiro de 2016.

A investigação tem como base evidências colhidas durante a 24ª etapa da Lava Jato, a Aletheia, que, em março de 2016, levou coercitivamente o ex-presidente Lula para depor em uma sala no Aeroporto de Congonhas.

Segundo a PF, os contratos e acertos suspeitos investigados pela ‘Mapa da Mina’ teriam gerado repasses milionários a grupo investigado na ‘Aletheia’. Há evidências de que os serviços contratados foram realizados ‘em patamares ínfimos’ ou não foram prestados, apesar dos pagamentos integrais, indicou a corporação.

A Polícia Federal informou que o nome da operação foi extraído da apresentação financeira interna do grupo investigado pela Aletheia. O documento foi apreendido na 24ª fase da Lava Jato e, segundo a PF,  “indicaria como ‘mapa da mina’ as fontes de recursos advindas da maior companhia de telefonia investigada”.

COM A PALAVRA, O GRUPO GAMECORP/GOL

A reportagem busca contato com a Assessoria de Imprensa da empresa. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, A OI

“A Oi informa que atua de forma transparente e tem prestado todas as informações e esclarecimentos que vêm sendo solicitados pelas autoridades, assegurando total e plena colaboração com as autoridades competentes.”

COM A PALAVRA, A VIVO

“A Telefônica informa que a Polícia Federal está hoje em sua sede, em São Paulo, buscando informações a respeito de contratos específicos de prestação de serviços realizados. A empresa está fornecendo todas as informações solicitadas e continuará contribuindo com as autoridades. A Telefônica reitera seu compromisso com elevados padrões éticos de conduta em toda sua gestão e procedimentos”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULINHA

A reportagem busca contato com os advogados do empresário. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, OS OUTROS INVESTIGADOS

A reportagem busca contato com os advogados dos outros investigados. O espaço está aberto para manifestações.

Confira matéria do site Estadão.

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