O discurso do presidente Jair Bolsonaro feito nesta terça-feira (24) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA), ganhou repercussão em meios de comunicação de todo o mundo e foi destaque na página inicial de diversos jornais. O pedido de respeito à soberania do Brasil sobre a Amazônia figurou em diversas manchetes.
“A floresta pertence a nós, diz líder brasileiro” foi a manchete da britânica BBC. “O presidente Jair Bolsonaro insistiu que as áreas brasileiras da floresta amazônica são território soberano”, afirmou a rede no texto publicado em seu site.
A Bloomberg disse que o discurso reafirmou a soberania do Brasil e desafiou os líderes mundiais. Na manchete, a agência de notícias afirmou que Bolsonaro “clamou por respeito” por sua política em relação à Amazônia.
O jornal espanhol El Mundo também destacou a reafirmação da soberania e estampou uma imagem de Bolsonaro no topo de sua página inicial citando a observação do presidente de que “a Amazônia não é o pulmão da Terra”.
O francês Le Figaro destacou a frase “A Amazônia não é um patrimônio mundial” em sua página inicial. “O presidente brasileiro Jair Bolsonaro acusou alguns países de se comportarem de maneira ‘colonialista’ com o Brasil”, destacou o jornal no início do texto, escolhendo um trecho do discurso de Bolsonaro que pareceu direcionado ao presidente da França, Emmanuel Macron.
Alguns meios preferiram dar mais destaque ao fato de Bolsonaro ter relativizado a gravidade das queimadas. “Bolsonaro diz a líderes mundiais na ONU que a Amazônia não está sob incêndio, mas cheia de riquezas”, afirmou o Washington Post.
Os britânicos The Times e The Guardian destacaram em suas manchetes que Bolsonaro atribuiu a crise das queimadas às mentiras da imprensa.
“Em um discurso combativo de 30 minutos à assembleia geral, Bolsonaro negou – ao contrário das evidências – que a maior floresta tropical do mundo esteja ‘sendo devastada ou consumida pelo fogo, como a mídia enganosamente diz'”, escreveu o Guardian.
Críticas e insinuações sobre o discurso de Bolsonaro
Vários jornais fizeram observações negativas sobre o discurso do presidente brasileiro, abertas ou insinuadas.
O “New York Times” introduziu Bolsonaro dizendo que ele é “às vezes chamado de mini-Trump”. No texto sobre o discurso, o jornal citou o brasileiro atacando os críticos em relação às queimadas e, no parágrafo seguinte, apresentou dados sobre o aumento das queimadas.
O francês “Le Monde” afirmou que o discurso foi “entremeado por digressões confusas e retóricas” e que Bolsonaro “repetiu inverdades óbvias sobre a Amazônia”.
Alguns jornalistas de meios famosos fizeram críticas agressivas a Bolsonaro via Twitter. “Mesmo nos piores pesadelos, não tenho certeza de que diplomatas brasileiros tenham imaginado um discurso de Bolsonaro tão arrogante, tão cheio de bílis e tão calamitoso para o status do Brasil no mundo”, disse Tom Phillips, do Guardian.
O jornalista do Washington Post Ishaan Tharoor, que recentemente criticou o chanceler brasileiro Ernesto Araújo por um discurso nos EUA, fez nova crítica ao governo brasileiro. “Bolsonaro ataca seus antecessores porque foram ‘todos aplaudidos’ quando chegaram à ONU e fizeram discursos ‘totalmente descompromissados’. Ele tem plena consciência do quanto a comunidade internacional o vê de maneira negativa”, afirmou.
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