Tribunal Militar mantém ação contra coronel do Exército acusado de montar ‘balcão de venda de pareceres’

Foto: CML

Ministros do STM negam liminar a oficial que teria instalado esquema dentro do Palácio Duque de Caxias, quartel-general do Comando Militar do Leste, no Rio

O Superior Tribunal Militar negou pedido liminar a um coronel do Exército para trancar ação penal a que ele responde na 1.ª auditoria da 1.ª Circunscrição Judiciária Militar, no Rio, acusado de corrupção passiva.

O coronel foi chefe do setor de assistência jurídica do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC). Ele é acusado de montar dentro do Palácio Duque de Caxias, quartel-general do Comando Militar do Leste (CML), uma espécie de ‘balcão de venda de pareceres’.

A assistência jurídica do SFPC analisa e elabora pareceres sobre irregularidades encontradas nas fiscalizações feitas em empresas que trabalham com armas, munições e explosivos no estado do Rio.

Ao negar o pedido do oficial para trancar a ação penal, o relator do habeas corpus, ministro Francisco Joseli Parente Camelo, afirmou que o coronel é ‘acusado de ter, em tese, interferido, de diversas maneiras, nos processos administrativos em trâmite perante a Assessoria Jurídica da 1ª Região Militar referentes ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados, nos anos de 2014 e 2015, e que recebeu, possivelmente, para si, em diversas oportunidades, vantagens patrimoniais indevidas, consistentes em quantias depositadas em conta bancária de sua titularidade’.

Ainda segundo o relator, ‘a peça vestibular narrou os fatos criminosos de forma detalhada, conforme se percebe de seus fragmentos transcritos no relatório, naquilo que consigna a possível empreitada criminosa do ora Paciente, no intuito de obter vantagem desautorizada’.

A decisão foi seguida por unanimidade pelo plenário do STM.

Denúncia

De acordo com a denúncia, o tenente-coronel, chefe do setor de assistência jurídica, e um primeiro-tenente estariam ‘recomendando aos empresários sob fiscalização os serviços de um escritório de advocacia como forma de evitar a cassação de registro de suas atividades’.

Ainda de acordo com a denúncia, o escritório cobra entre R$ 2 mil e R$ 20 mil para fazer a defesa nos processos administrativos e atende em dois endereços no Rio – um deles estaria no nome dos dois oficiais, que também são responsáveis pela análise dessas mesmas defesas.

Confira matéria do site Estadão.

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