AGU proíbe advogados públicos de exercerem atividades privadas

Advocacia-Geral da União (AGU) limitou o campo de atuação de carreira jurídica Foto: AGU

Parecer da Corregedoria Geral da União considera que exercer atividades privadas estando no cargo público é ilegal

A Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu proibir advogados públicos de participar de atividades privadas de resolução de conflitos paralelamente ao exercício dos cargos no serviço público. Com a medida, publicada na semana passada, os membros da AGU estão proibidos de atuar em causas particulares de arbitragem, mediação, conciliação e compliance.

A medida foi assinada no dia 30 de agosto pelo advogado-geral da União, André Mendonça, e reconhece que as atividades privadas são incompatíveis com o serviço público.

As regras valem para as carreiras jurídicas da AGU, da Procuradoria-Geral Federal e Procuradoria-Geral do Banco Central. Conforme a Orientação Normativa 57, os servidores que realizam os serviços particulares terão prazo de 60 dias para interromperem as atividades privadas. O advogado-geral seguiu um parecer elaborado pela Corregedoria Geral da União a favor da proibição das atividades.

De acordo com o que determina parecer do órgão, exercer atividades privadas estando no cargo público é ilegal.

Parecer

“Entende-se que a prática de tais atividades é incompatível com o exercício das funções de advogados públicos federais, tendo em vista a grande possibilidade de interferência imprópria na prestação do serviço público prestado pela AGU, a possível utilização de informações privilegiadas obtidas no âmbito da Instituição e, especialmente, pela natureza intrinsecamente correlata da advocacia pública e das atividades ligadas à arbitragem, mediação, conciliação, negociação e compliance”, argumenta o parecer.

A análise do caso começou no ano de 2016, quando 11 advogados da AGU pediram autorização ao conselho de ética do órgão para atuarem em atividades privadas de mediação e arbitragem.

Restrições

Em 2017, o conselho autorizou o trabalho com restrições, desde que as proibições fossem cumpridas, como resguardo de informações sigilosas, cumprimento da jornada de trabalho e do horário de funcionamento do órgão.Nos anos seguintes, diante do encaminhamento de mais pedidos de autorização, passaram a ocorrer divergências entre os corregedores do órgão sobre a legalidade da medida.

Em novembro de 2018, a comissão de ética mudou seu posicionamento acerca da questão e acabou proibindo o exercício dessas atividades aos membros da AGU.

Confira matéria do Site Diário do Nordeste

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