Organização cobrava até US$ 7 mil para levar pessoas da África e da Ásia para os Estados Unidos, passando por São Paulo e Rio Branco
A Procuradoria denunciou três integrantes da organização criminosa que gerenciava uma rota de ‘contrabando de imigrantes’ entre São Paulo e Rio Branco, e cobrava até US$ 7 mil para levar pessoas da África e da Ásia para os Estados Unidos.
Os acusados são estrangeiros radicados no Brasil e foram presos no mês passado pela Polícia Federal durante a Operação Big Five, que desarticulou atividades ilícitas do grupo em São Paulo.
Há indícios de que os três promoviam a movimentação de 30 a 50 pessoas mensalmente pelo País. As informações foram disponibilizadas pelo Ministério Público Federal.
Segundo a denúncia do MPF, os acusados falsificavam documentos e promoviam, com o fim de obterem vantagens econômicas, a saída de estrangeiros do território nacional para ingressarem ilegalmente em país estrangeiro, ‘submetendo as vítimas a condições desumanas e degradantes’.
‘Os denunciados, de acordo com a acusação, funcionavam como um elo de uma corrente internacional voltada à prática de crimes.’
Na capital paulista, os imigrantes eram recebidos pelos integrantes da organização criminosa, que retinha seus passaportes. Os migrantes ficavam hospedados em um hotel na região central de São Paulo, indicou a PF.
Segundo a corporação, durante a Operação Big Five, agentes identificaram uma mesquita em São Paulo, onde um dos investigados assediava migrantes ilegais e um hotel onde os estrangeiros eram mantidos pela organização criminosa, antes seguirem para os EUA.
Ao chegarem ao Brasil, os migrantes eram mantidos em São Paulo até que os denunciados providenciassem os próximos passos da viagem. Enquanto um dos investigados cuidava dos documentos forjados e dos trâmites burocráticos, outro organizava o roteiro por meio de uma falsa agência de viagens sediada na capital paulista.
A saída era feita por Rio Branco, de onde os migrantes ainda percorreriam outros nove países antes de chegar à fronteira norte-americana.
“Em cada um, outros membros da organização realizavam tarefas similares às dos criminosos no Brasil para permitir a continuação das viagens.”
A investigação também identificou que um dos membros da organização criminosa divulgava, em sua página em rede social, símbolos e personagens nazistas.
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