Um parlamentar conservador trocou de lado, e, assim, primeiro-ministro do Reino Unido não tem maioria no Parlamento; deputados tentarão apresentar e aprovar em caráter de urgência uma lei que obrigue o Executivo a pedir a Bruxelas um novo adiamento da data de saída do bloco.
O primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, perdeu sua maioria parlamentar antes de uma votação crucial do Brexit nesta terça-feira (3), depois que o parlamentar conservador Phillip Lee desertou para as fileiras dos democratas liberais pró-UE.
Deputados contrários a um Brexit (saída da União Europeia) sem acordo querem aprovar uma lei que force Johnson a pedir nova prorrogação de prazo do divórcio, o que pode desencadear novas eleições legislativas antecipadas e ações judiciais contra a suspensão do Parlamento.
Os legisladores voltam ao trabalho depois das férias de verão, em um dia que pode ser crucial para o conturbado processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Antes do início da sessão, Johnson perdeu a maioria.
“Os liberais democratas têm o prazer de anunciar que o deputado Phillip Lee, de Bracknell, se juntou ao partido”, afirmou o partido em comunicado.
“O governo conservador está buscando um Brexit prejudicial, colocando vidas em risco, e ameaçando injustificadamente a integridade do Reino Unido”, declarou Phillip Lee, por sua vez, também no comunicado.
Suspensão do Parlamento
Na semana passada, o chefe de Governo provocou uma onda de indignação ao anunciar a decisão de suspender as atividades do Parlamento entre a segunda semana de setembro e 14 de outubro, apenas duas semanas antes da data prevista para o Brexit, que poderia ser brutal se ele não conseguir renegociar o acordo com Bruxelas.
Os deputados opositores e os conservadores contrários ao Brexit sem acordo criticaram a medida como uma tentativa de impedir seu trabalho.
Para contra-atacar a medida, os deputados tentarão apresentar e aprovar em caráter de urgência uma lei que obrigue o Executivo a pedir a Bruxelas um novo adiamento da data de saída do bloco na ausência de um acordo em 31 de outubro.
Já foi protocolado um pedido para debater o Brexit de forma emergencial.
Ao mencionar que acredita na possibilidade de um acordo com Bruxelas, Johnson pediu na segunda-feira (2) aos deputados conservadores que não votem com o líder opositor “Jeremy Corbyn a favor de outro adiamento sem sentido”.
“Se fizerem isto, qualquer nova negociação será absolutamente impossível”, completou.
Antes, Johnson havia ameaçado os rebeldes com a expulsão do partido, o que provocou especulações sobre eleições legislativas antecipadas, já que o expurgo deixaria o governo em minoria no Parlamento.
“Eu não quero uma eleição e vocês não querem uma eleição”, declarou o primeiro-ministro para tentar conter os boatos.
Além da disputa no Parlamento, a batalha acontecerá nos tribunais: uma corte de Edimburgo e outra de Belfast examinarão ações apresentadas contra a suspensão do Parlamento.
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